O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi alvo de vaias antes de começar o discurso no congresso do PMDB, na Fundação Ulysses Guimarães, em Brasília, nesta terça-feira (18). Ele falou no encontro para discutir um documento com sugestões e críticas à política econômica do governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
Cunha ignorou as vaias e um grito de “Fora, Cunha” que veio do público ao discursar na tribuna. Ele reforçou a defesa dele de que o PMDB deve sair da base aliada do governo.
— Mais do que nunca, o PMDB vai ter que buscar seu caminho próprio, vai ter que disputar a eleição de 2018. O PMDB terá candidato, e haverá a discussão: o PMDB tem ou não tem de ficar atrelado ao projeto que aí está, do qual nós não participamos, e não temos compromisso com aquilo que está sendo colocado, porque não participamos da sua formação.
Durante o discurso, Cunha disse ainda que a voz do PMDB tem de ser ouvida e não pode ser abafada por “meia dúzia de carguinhos”, ao se referir à reforma ministerial que ampliou a participação do partido no governo, com sete pastas ao todo.
Em dissonância com a fala de Eduardo Cunha, o vice-presidente da República, Michel Temer, reiterou que o PMDB não vai romper com o PT e com o governo, apesar dos planos de lançar candidato próprio para as eleições de 2018.
— Temos que colaborar com o país. Mesmo as pessoas que querem saída do governo querem colaborar com o País, é um programa para o país. Tanto que eu digo que na política você tem valores, tem o valor do partido político, tem o valor governo e tem o valor país. O valor que deve prevalecer agora é o do país.
Temer discursou em defesa do governo no congresso. Ele pediu a reunificação do pensamento nacional e a pacificação do País diante da crise econômica, que classificou como “a pior de todas”.
No congresso, o PMDB discute o conteúdo do documento “Uma Ponte para o Futuro”, no qual o partido faz duras críticas à política econômica e ao “desajuste fiscal” do governo. Mas para Renan, o documento é uma forma do PMDB de contribuir para o Brasil sair da crise.
Fonte: R7