Um grupo superior a 45 pecuaristas reuniram-se na noite de segunda-feira (14) na sede da Federação dos Produtores Rurais e Pecuaristas de Rondônia (Faperon) sob a presidência de Hélio Dias, onde foram alinhadas as discussões e formada uma comissão para conduzir as negociações sobre o preço da arroba do boi gordo cotado pelos frigoríficos em R$ 116,70, que eles chamam de “cartel da carne”.
Hélio Dias abriu os debates informando que ainda durante está semana diretores do Friboi-JBS, estarão em Rondônia para alinhar o diálogo sobre os preços da arroba do boi neste Estado. O deputado Adelino Follador apresentou uma cópia da correspondência enviada ao governador Confúcio Moura, pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Maurão de Carvalho sugerindo que a pauta do boi seja precedida de uma baixa de R$ 1,9 mil para R$ 500,00, assim como a da vaca gorda de R$ 1,4 mil para R$ 400,00.
Reza ainda a “sugestão na baixa do valor de comercialização do gado em Rondônia”, que considerando a existência de cartel por parte dos frigoríficos em nosso Estado, cujo acordo prévio dos comerciantes desse ramo tem causado prejuízos incontáveis aos produtores e pecuaristas. O documento enfatiza que esses mesmos empresários são beneficiados com isenção na ordem de 85% na arrecadação tributos.
Debates acalorados
O empresário e pecuarista Mário Gonçalves (Português) enfatizou que, “é necessário implantarmos um projeto nosso para que possamos nos tornar respeitados barrando o cartel do JBS”. Mário Gonçalves reclamou que os frigoríficos pagam barato pelo boi e a carne nos supermercados esta cada vez mais cara para o consumidor final.
Para o pecuarista e advogado Wilson Dias de Souza, os relatórios e documentos gerados pela comissão que vai se reunir na próxima quinta-feira (17) para ser encaminhados ao governo do Estado e Assembleia Legislativa, também deve ser enviado ao Ministério Público Federal para acompanhar esta questão que segundo ele é grave.
Na opinião do pecuarista e produtor rural que engorda 15 mil bois pelo sistema de confinamento, em Vilhena, Jaime Bagattolli, não adianta brigar e bater de frente com o Friboi-JBS, “temos que encontrar uma saída, se for o caso negociando com outras empresas”. Lembrou que só no Cone Sul do Estado existem mais de 150 mil bois confinados. Jaime Bagattolli prega a união dos pecuaristas como base de fortalecimento.
Fonte: Jornal Rondônia Vip