Ele destacou a insegurança administrativa e o caos financeiro e social que ameaçam diretamente a governabilidade, que obrigará prefeitos a entregarem as chaves das prefeituras, e muitos renunciarem
Revoltado com a situação da crise enfrentada pelas prefeituras, o presidente da União Brasileira de Municípios (Ubam), Leonardo Santana, em discurso de abertura do 6º Seminário da Zona Franca do Semi-Árido, ocorrido na última sexta-feira (08), no município de Campina Grande, dispensou o data-show que usaria para expor o Projeto e mostrou toda sua indignação com o que chamou de “a maior crise moral dos últimos tempos” que, segundo ele, foi gerada por grande parte da classe política, de forma oportunista e canalha, que nunca foi digna de receber sequer um voto da população e que só pensou em se locupletar.
“Infelizmente estamos vivendo o pior momento econômico do Brasil, assistindo, todos os dias, o agravamento de uma crise gerada pela falta de vergonha e de moral, própria de homens que não honram as calças que vestem e que só pensam neles. São esses lunáticos que fazem da política um balcão de negócios e trocam a própria honra pelo enriquecimento ilícito e atuam na vida pública de forma nociva, como se o estado fosse deles”.
“Não deveria se permitir à candidatura de qualquer pessoa que não apresentasse certidões negativas de todos os órgãos da justiça. Só assim o Brasil não teria tantos corruptos tomando conta das chaves dos cofres públicos”.
Para o presidente da Ubam, há um apodrecimento moral nas hostes político-partidárias do Brasil, envolvendo também, direta e indiretamente, o executivo, o legislativo e o judiciário, não restando nenhuma solução senão o chamado a uma eleição geral e a troca generalizada de comando.
Leonardo destacou a insegurança administrativa e o caos financeiro e social que ameaçam diretamente a governabilidade, que obrigará prefeitos a entregarem as chaves das prefeituras, e muitos renunciarem, porque, até o mês de julho, não conseguirão mais sequer pagar o funcionalismo público e nem repassarem o duodécimo das câmaras municipais, considerando que em março de 2016, mais de 100 municípios não receberam nenhum repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
“Eu defendo a decretação do estado de emergência nas prefeituras, pois a saúde, a segurança pública e o bem estar da população estão sob forte ameaça. Os recursos do governo da União não serão mais suficientes para resolver o problema de caixa que foi gerado por essa crise interminável”. Disse o presidente.
Leonardo confirmou presença no Congresso Pernambucano de Municípios, promovido pela Associação dos Municípios de Pernambuco (Amupe), que tem como presidente o prefeito José Patriota, do município de Afogados da Ingazeira.
Redação Ascom/Ubam