Nesta segunda-feira, 6 de junho, o Brasil passa a amargar seu maior jejum desde que começou a vencer na Fórmula 1, em 1970, com Emerson Fittipaldi. De lá para cá, foram 101 triunfos, o último deles, até o momento, no dia 13 de setembro de 2009, quando Rubens Barrichellocruzou a linha de chegada em primeiro no GP da Itália. Desde então, o “Tema da Vitória” nunca mais tocou. São quase 7 anos. Mais precisamente 2.458 dias. Período que passa a ser maior que o intervalo entre a vitória de Ayrton Senna no GP da Austrália em 7 de novembro de 1993 até o triunfo do próprio Rubinho no GP da Alemanha em 30 de julho de 2000, antigo maior jejum (2457 dias). Um intervalo grande e raro para um dos países de maior sucesso na categoria. Com mais de 100 triunfos e oito títulos mundiais, o Brasil está atrás apenas de Reino Unido (16 títulos e 248 vitórias) e Alemanha (11 títulos e 163 vitórias) na lista das nações de maior sucesso na F1.
Atualmente, o país conta com dois representantes: Felipe Massa (Williams) e Felipe Nasr (Sauber). A Williams não dá sinais de que pode vencer corridas este ano, muito menos a Sauber, que sequer pontuou. Por isso, o jejum tende a se estender, pelo menos, até o fim da temporada. Para 2017, a história pode mudar. Com novidades no regulamento, historicamente é uma grande oportunidade para a ordem de forças entre as equipes se alterar. Além disso, Massa e Nasr estão nos últimos anos de seus contratos e podem pintar em novos times.
No pior cenário possível, caso ambos não consigam vagas – o que não parece que acontecerá – aí a situação do país na F1 fica ainda mais complicada. Sem representantes na GP2, principal categoria de base, as promessas brasileiras mais próximas de chegar à categoria são Pedro Piquet e Sergio Sette Câmara (Fórmula 3 europeia), e Pietro Fittipaldi e Bruno Baptista (Fórmula V8 – antiga F-Renault 3.5). Os quatro, no entanto, ainda possuem poucos anos de experiência em monopostos e não devem chegar à F1 antes de 2018.
HISTÓRIA DE VITÓRIAS E TÍTULOS:
O Brasil demorou a começar a vencer. Quem abriu as portas foi Emerson Fittipaldi, no GP dos EUA de 1970. Era o início de uma Era de Ouro para o automobilismo no país. Dali até 1993, poucos foram os anos que o país passou em branco. Emmo não venceu em 1971, mas voltou a subir ao alto do pódio no ano seguinte, quando conquistou seu primeiro título. Ele venceu pelo menos uma corrida por temporada até 1975, ano que contou também com o triunfo de José Carlos Pace em Interlagos. Quando Fittipaldi, já bicampeão mundial, foi para a Coperscuar, em 1976, veio o primeiro grande jejum do país. Foram cinco anos até surgir outra grande estrela: Nelson Piquet. O carioca crescido em Brasília debutou em 1978 e levou a primeira em 1980. Tomou gosto pela coisa e virou frequentador assíduo do topo do pódio, sendo campeão de 1981 e 1983 com a Brabham.
Em 1985, passou a dividir as atenções com um jovem promissor que viria a ser mais um gigante brasileiro das pistas, Ayrton Senna. Nos dois anos seguintes, Nelsão, tri em 1987, seguia como o presente e Senna como o futuro do Brasil na categoria. A transição veio em 1988. Já na McLaren, Ayrton passou a ser a estrela maior, com dezenas de vitórias que culminaram nos títulos de 1988, 1990 e 1991, enquanto os triunfos de Piquet passaram a ser mais espaçados até a aposentadoria. Vale lembrar que no fim de 1990 e no início de 1991, a dupla emplacou uma série de sete vitórias consecutivas para o Brasil. Senna ainda continuou vencendo por mais duas temporadas. Foram nada menos que 14 anos seguidos com pelo menos uma vitória brasileira de 1980 a 1993.
Fonte: Tribuna Hoje