Brasília (DF) – Seguindo o exemplo do seu partido, o PT, que perdeu mais da metade das prefeituras em quatro anos, o filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marcos Cláudio, não conseguiu se reeleger vereador em São Bernardo do Campo, berço político do petista e dos movimentos sindicais. Com apenas 1.504 eleitores, Marcos perdeu nessa eleição mais da metade dos 3.882 votos recebidos em 2012.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo desta sexta-feira (21), o filho de Lula adotou o discurso de vitimismo comum à sigla, afirmando que “o saldo negativo é reflexo de uma campanha de ódio contra o Partido dos Trabalhadores”. Ele disse ainda que irá “fiscalizar o novo governo e garantir que as conquistas da cidade nos últimos anos não sofram retrocesso”. No município, a bancada de petistas foi reduzida de oito para cinco vereadores.
Segundo a reportagem, Lula doou cerca de 45% do valor que o filho arrecadou para a campanha – R$ 50 mil de um total de R$ 112,3 mil. O restante da família também se envolveu: Marisa Letícia, mãe do vereador, contribuiu com R$ 1 mil, mesmo valor doado pelo irmão Sandro Luis.
Já os irmãos Fábio Luis e Luis Cláudio contribuíram com R$ 5 mil e R$ 500, respectivamente. Paulo Okamotto, presidente do instituto Lula, fez uma doação em valor estimado de R$ 2,5 mil. Outros familiares dele repassaram mais R$ 700.
Um dia antes da eleição, Lula participou de caminhada com o filho e o candidato do PT a prefeito de São Bernardo do Campo, Tarcisio Secoli, que não chegou ao segundo turno. O ex-presidente também gravou um vídeo para a campanha de Marcos.
O partido perdeu sua hegemonia na Câmara para o PSDB, que elegeu sete vereadores. Os tucanos foram ao segundo turno com o deputado estadual Orlando Morando, que disputa a prefeitura com o deputado federal Alex Manente (PPS).
Em 2008, Marcos tentou eleger-se vereador, mas teve o registro de candidatura negado pela Justiça Eleitoral, já que a Constituição proíbe a eleição de parentes até segundo grau de quem exerça o Poder Executivo. Na época, Lula ainda era presidente da República.
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