O ‘É Notícia’ da madrugada desta terça-feira (24) trouxe uma entrevista com o secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco. Um dos auxiliares e amigos mais próximos do presidente Michel Temer, o político, que já atuou como governador do Rio de Janeiro, deputado Federal e ministo do governo Dilma Rousseff, falou sobre os desafios e metas do governo para 2017, citando o documento “Uma Ponte para o Futuro”. “Neste documento, mostramos a profundidade e extensão da crise econômica e nele nós afirmamos que a questão prioritária é a economia. O segundo maior problema é a economia e o terceiro maior problema é a economia, porque nós estamos numa crise profunda, com milhões de brasileiros perdendo o emprego e precisamos restabelecer a esperança do brasileiro de ter dias melhores”, afirmou. “Nós achamos que a questão é fiscal e estamos enfrentando com sucesso. Nesses poucos meses de governo, a inflação já caiu, os juros estão caindo, o ambiente de negócio no país já apresenta modificações. As pessoas estão recuperando a esperança”.
Sobre a expectativa de aprovação da Reforma Trabalhista, o secretário definiu o fim do semestre como “melhor cenário” e explicou: “Temos que melhorar nossas relações trabalhistas para criar um ambiente em que as pessoas possam ser mais livres, possam optar pelo seu horário de trabalho, local de trabalho, possam fazer acordos que sejam convenientes a elas e não as corporações”. E completou: “Acho que a grande característica do governo Temer é exatamente ser um governo reformista. Ele está tomando a dianteira no sentido de fazer as reformas estratégicas, aquelas que permitirão que voltemos a conviver com contas equilibradas, como qualquer família brasileira”.
Questionado pela apresentadora Amanda Klein sobre a queda nos índices de popularidade do governo Temer e sua fragilidade diante das denúncias e investigações da Lava-Jato, o político rebateu: “Eu não diria frágil, diria que nós temos dificuldades enormes porque o Brasil passa por dificuldades enormes. A desorganização da economia brasileira é inimaginável, nós estamos vivendo uma crise que é muito mais profunda que a de 1930”. Ele ainda refutou que a impopularidade do governo esteja associada à menção de grandes nomes do partido (PMDB) em delações premiadas da Lava Jato. “Eu, por exemplo, fui citado pelo deputado Eduardo Cunha, que não é uma referência, e tenho absoluta certeza que foram citações despropositadas. Tenho mais de 40 anos de vida pública absolutamente distante desse tipo de problema. Como eu, há várias pessoas. O fato de você estar citado não significa nada mais do que uma pessoa que se colocou como delator querer construir a sua história”.
Na entrevista, Moreira Franco reconheceu que ter a aprovação no Congresso não é suficiente para garantir a sobrevivência do governo. “Vivemos num regime democrático, o que dá a consistência, força, é o apoio popular, mas uma coisa é você ficar diante de um quadro de crise econômica como nós estamos vivendo, fazendo recuos para garantir popularidade e piorando ainda mais a situação, como foi feito no governo Dilma, e outra coisa é você ter a convicção de que o seu destino é fazer as reformas para que se volte a gerar emprego, aumentar investimento, permitir que os brasileiros tenham esperança. Há uma relação direta entre popularidade e resultado econômico”, garantiu.
Apontado como principal estrategista do governo, Moreira defendeu que a nomeação de um ministro para substituir Teori Zavascki no STF ocorra após a decisão da presidente da corte, Carmem Lúcia, a respeito do novo relator da Lava Jato. “Por uma razão muito simples: nós temos que desinibir toda a espetacularização que se quer criar em torno disso. Isso é uma demostração de que ele [Michel Temer] age imparcialmente. Para o país crescer, precisamos de instituições sólidas e relações transparentes”.
Ao final da entrevista, o secretário-executivo avaliou o governo Dilma Rousseff. “Ela é uma pessoa bem intencionada, mas, do ponto de vista econômico, as decisões foram muito ruins, basicamente porque o governo dela tentou substituir a aritmética, ou seja, as quatro operações fundamentais, pela ideologia. A ideologia é fundamental para defender as relações entre as pessoas, a maneira de ser ver o mundo, mas não para resolver problemas econômicos”.
Com apresentação de Amanda Klein, o ‘É Notícia’ vai ao ar de segunda para terça-feira, à 1h15, pela RedeTV!.
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