O governo dos EUA estuda exigir que alguns viajantes internacionais em busca de visto para entrar no país entreguem suas senhas em redes sociais. A iniciativa, obviamente, vem causando polêmica entre especialistas em privacidade.
“Se eles não quiserem nos dar a informação, então eles não entram”, afirmou o diretor do Departamento de Segurança Nacional, John Kelly. O político mencionou a proposta durante uma audiência no Congresso quando foi questionado sobre o que o seu departamento estava fazendo para analisar as atividades em redes sociais dos viajantes que solicitaram vistos para os EUA.
Ele disse que é “muito difícil realmente barrar” os pedidos de visto dos sete países islâmicos que fazem parte do decreto recém-publicado por Donald Trump que busca barrar esses viajantes de entrarem no país – atualmente, o decreto encontra-se em um limbo legal após diversas disputas na justiça.
Muitos dos países em questão são estados falidos com pouca infraestrutura interna, afirmou Kelly. Aprender quais serviços de redes sociais os solicitantes de vistos usam e pedir pelas suas senhas pode tornar-se parte do processo de veto, explica o político.
Segundo o diretor, o Departamento está apenas “pensando sobre” a ideia. Mas no último mês de dezembro a Agência Americana de Aduana e de Proteção de Fronteiras (US Customs and Border Protection) começou a pedir que viajantes participantes do programa que os libera de ter um visto que forneçam de forma opcional seus dados de acesso para redes sociais.
Uma das principais preocupações é que os EUA se baseie na ideologia política de alguém para barrar a entrada de um visitante, afirmou o diretor de equipe do escritório de advocacia American Civil Liberties Union’s Washington Legislative Office, Michael Macleod-Ball.
“A questão é qual informação eles (os agentes dos EUA) estão buscando, e como irão interpretá-las”, afirmou. “Temos todos os tipos de preocupação sobre ambiguidades.”
A notícia de que o Departamento de Segurança Nacional está considerando expandir seu monitoramento em redes sociais ao exigir senhas incomodou alguns especialistas.
“O preço para entrar nos EUA não deveria ser entregar a sua vida on-line”, afirma o diretor do departamento de relações governamentais do Council on American-Islamic Relations, Robert McCaw.
Ele enxerga muito potencial para os EUA mirar injustamente em grupos muçulmanos. “Você se lembra de todas as contas de e-mail, de Facebook ou fórum de mensagens de que já participou? Caso esqueça de revelar alguma, não estaria você mentindo para uma agência federal?”.
Fonte: IDGNow