“Os protestos contra o atual governo Federal são necessários, mas eu não tenho intenção de ir às ruas.” Concordam com essa afirmação 58,8% dos brasileiros. Outros 26,3% discordam, 12,8% são neutros e 1,9% não sabe ou não respondeu.
Os dados são da pesquisa de opinião pública “O dilema do brasileiro”, realizada pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV DAPP). A coleta das informações em campo, realizada pelo Ibope em agosto, contou com 1.568 entrevistados de diversos municípios, em todo o território nacional.
De modo geral, a sondagem mostra um alto nível de insatisfação com a classe política. Para 71%, os políticos não representam a sociedade. Outros 16,12% dizem que sim, 11,41% são neutros e 1,5% não sabe ou não respondeu.
Já 47,15% discordam da afirmação “partidos políticos são importantes e estaríamos piores sem eles”. Concordam com essa frase 30,9% dos entrevistados. Outros 18,82% se declaram neutros e 3,10% não sabem ou não responderam.
O nível de desconfiança tem seu ápice no presidente da República (83,2%), seguido por políticos eleitos (78,3%) e partidos políticos (78,1%). Do outro lado, entre as instituições com maior nível de confiança estão Igreja (61,5%), militares (45,8%) e juízes (42,2%).
Governo Temer e eleições
Para 51,8% o país piorou no governo de Michel Temer, em comparação à gestão de Dilma Rousseff. Outros 6% apontam melhora e para 40,4% a situação é a mesma. 1,1% não sabe ou não respondeu.
Apesar do descontentamento, os brasileiros oscilam entre a efetividade dos protestos para mudar a situação do País. Para 61,8% as manifestações na rua diminuíram porque “não adianta protestar”. Outros 27,9% responderam que o motivo foi “porque finalidade era tirar o antigo governo”. 7,6% disse que não sabe ou não respondeu e 2,8% afirmou que a ausência de protestos é “porque a vida melhorou”.
Para 74,1% “mais importante do que protestar nas ruas é votar nas eleições”. Discordam dessa afirmação 16,2%. Outros 8,6% se disseram neutros e 1,1% não sabe ou não respondeu.
Questionados sobre o processo eleitoral, 29,8% afirmou que irá votar em algum candidato novo de fora da política tradicional: 29,8%. Outros 29,3% têm intenção de votar branco ou nulo. Vão optar pelo partido de preferência 18% e outros 16,1% irão optar pelo candidato, independente da legenda. 6,8% não sabem ou não responderam.
De acordo com a pesquisa, a análise dos dados nos traz um cenário preocupante reflexo das crises política e econômica. Algumas consequência são a descrença e a falta de confiança em relação aos políticos que hoje atuam no Brasil.
Lava Jato
Ao contrário do discurso de políticos alvos da Operação Lava Jato, a população não acredita em perseguição nas investigações. Para 51% dos entrevistados, a Lava Jato investiga políticos de todos os partidos do mesmo modo. Discordam da afirmação 34,6%. Outros 11% se disseram neutros e 3,5% não sabem ou não responderam.
Na opinião de 19,9% da população, a Lava Jato condena sem provas. Outros 65,4% discordam da afirmação, seguidos por 10,4% neutros e 4,5% que não sabem ou não responderam.
Por outro lado, na percepção de 51,4% dos brasileiros, os políticos investigados conseguirão escapar. Discordam dessa frase 29,9%, seguidos por 15,1% neutros e 3,7% que não sabem ou não responderam. Já 39,8% acredita que políticos vão cometer menos crimes após a Lava Jato. Outros 44,9% discordam. Se declararam neutros 12,8% e 2% não sabem ou não responderam.
Maioridade penal
Concordam com a afirmação “a redução da maioridade penal para 16 anos diminuiria a criminalidade” 64,5%. Outros 26,8% discordam, 7% são neutros e 1,3% não sabe ou não respondeu. Uma proposta nesse sentido pode ser votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal na próxima semana.
Para 13,6% o aborto deveria ser permitido em qualquer circunstância. Discordam 77,1% dos entrevistados.8,3% são neutros e 1,1% não sabe ou não respondeu.
Na opinião de 49%, “Casais homossexuais devem ter os mesmos direitos do que casais heterossexuais”. Discordam da ideia 38,3% dos entrevistados. Outros 9,6% se declararam neutros e 3% não sabem ou não responderam.
Já 65,8% discordam da afirmação “a maconha deveria ser legalizada, pois diminuiria o crime”. Concordam com a frase 25,2%, seguidos por neutros (7,8%) e 1,1% que não sabe ou não respondeu.
Fonte:HuffPost Brasil