Toda empresa quer marcar presença no mercado, ser referência, atingir longevidade nos negócios. A alagoana Caleidoscópio, indústria de pequeno porte de joias, acessórios e moda artesanais, pode dizer que tem tudo isso neste 2018. Ela completa 20 anos de fundação com lojas em Maceió e São Paulo, exportação consolidada para 17 países e um projeto de inovação que pode revolucionar o processo de produção de joias artesanais. Tamanho engajamento pode apontar como ela também deixou um marco no Prêmio Competitividade Alagoana – Micro e Pequena Empresa (PCA) em 2017. Pela primeira vez na história, uma empresa venceu três categorias no reconhecimento pela excelência na gestão.
A Caleidoscópio foi contemplada nas categorias Indústria, Destaque Inovação e Destaque de Boas Práticas de Responsabilidade Social. Nem no antigo formato do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas – MPE Brasil uma empresa conseguiu tal feito – o máximo havia sido uma categoria e um destaque. Por essa razão, a Caleidoscópio foi a grande prestigiada na noite de 29 de novembro de 2017, quando o Movimento Alagoas Competitiva (MAC) e o Sebrae em Alagoas revelaram os vencedores, com base nas melhores práticas do Modelo de Excelência da Gestão (MEG).
A inscrição no prêmio, a princípio, veio como uma forma de avaliar o andamento da empresa para munir o planejamento estratégico para os 20 anos. A Caleidoscópio já participou e venceu a etapa estadual do Prêmio MPE Brasil de 2014, chegando ao rol dos finalistas nacionais, mas a inscrição no PCA veio para ver pontos fortes e oportunidades de melhorias, em especial, após os anos difíceis na economia.
“Nesses anos todos, nós aprendemos muito. Mesmo quando achamos que chegamos a um nível que está bom, temos que buscar fazer coisas novas, nos reinventar. Isso é uma coisa muito forte na nossa empresa, a inovação, a busca pela excelência, por melhorar. Mas não chegamos nem a responder o questionário de Responsabilidade Social, porque achávamos que a gente fazia muito pouco, enquanto, na verdade, esse pouco que a gente faz é um diferencial. Preenchi por insistência da consultora que nos acompanha”, relatou Renata Fontan, uma das sócias-fundadoras da Caleidoscópio.
Para os 20 anos, a empresa não quer apenas expandir – e os planos são arrojados –, mas devolver à sociedade uma parte do que conquistaram, no que Renata chamou de “um novo nível de maturidade da empresa”. Por isso o envolvimento com a criação do Centro de Valorização da Vida (CVV) em Maceió, que era a única capital brasileira sem essa linha telefônica de prevenção ao suicídio.
“Esse é um projeto do meu esposo, Gilvon Barros, e da Delza Gitaí. A Caleidoscópio foi uma das sócias-fundadoras nessa implantação e apoiamos o CVV mensalmente com uma quantia. E a nossa campanha de Natal direcionou parte da arrecadação das vendas para o Centro”, comentou Renata.
A campanha em questão é o Natal Solidário, em curso há três anos. A Caleidoscópio destina 10% de sua arrecadação para doar a instituições sociais ou Organizações Não-Governamentais (ONGs). Um dos contemplados com essas doações, por exemplo, foi a Rede Feminina de Combate ao Câncer.
Inovação nos processos
O outro destaque recebido, de Inovação, está mais no cerne da empresa porque é necessário à própria atividade comercial. A Caleidoscópio trabalha com atacado, varejo e exportação, que leva 30% de sua produção a 17 países. Como em muitos deles, para poder fechar negócio, é preciso adaptação de materiais e até do processo produtivo, a empresa precisa estar constantemente se reinventando.
“A gente pensa que são coisas muito tecnológicas, mas, na verdade, são inovações de produtos e processos, controles de retrabalho, pequenas coisas que dentro do processo da indústria modificam completamente a lucratividade. Estamos criando em nosso site um ambiente virtual para os lojistas; os pedidos do atacado podem ser feitos agora por um formulário pela web, feito por WhatsApp”, listou Renata Fontan.
Porém, a empresária não estava falando por alto quando citou um novo nível de maturidade. A Caleidoscópio aguarda o resultado de um edital do Senai para desenvolver um robô que vai automatizar uma parte do processo de produção das joias. Se contemplados, será algo inédito que vai revolucionar também o mercado de acessórios.
Essas vitórias foram construídas passo a passo. Antes do PCA, a Caleidoscópio havia acabado de sair de uma consultoria sobre Gestão da Inovação com a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea). Além disso, a cada dois anos, contrata uma consultoria do Sebrae em Alagoas, de quem recebe atendimento constante através da Unidade de Relacionamento Empresarial (URE).
“Costumo dizer que sou uma cria do Sebrae, porque minha primeira lojinha foi um ponto na Estação de Negócios, que ficava lá no prédio do Sebrae. Fazemos uma consultoria lá a cada dois anos e terminamos uma muito boa sobre gestão com a Isabel Monteiro, que englobou toda a parte de gestão, produção, cargos. Fora isso, a gente tem os programas do Centro Internacional de Negócios [também ligado à Fiea], porque nós trabalhamos com exportação”, contou Renata.
A intenção da empresa em buscar melhorias é acompanhada de perto pelo Sebrae. A Unidade de Relacionamento Empresarial (URE) é responsável por identificar, selecionar e indicar as soluções que melhor podem atender suas necessidades.
“Com o atendimento constante, a empresa recebe indicações personalizadas da URE de acordo com um diagnóstico específico. Uma empresa como a Caleidoscópio, interessada em investir, vai sempre estar atrás de preencher as oportunidades de melhoria, e daí conquista esses resultados”, comentou Adriana Spenner, analista da URE, referindo-se ao sucesso da indústria de pequeno porte durante o PCA.
Hoje, a Caleidoscópio está muito longe daquilo que um dia foi o hobby de Jeanine, Mailda e Renata Fontan durante a faculdade de Arquitetura, e que virou um negócio quando perceberam que suas joias faziam sucesso. São 20 anos de estrada, fábrica em Maceió, lojas próprias na capital alagoana e na cidade de São Paulo, 34 colaboradores e planos de expansão, alimentados ainda com mais força diante de tantos reconhecimentos.
“Nosso produto está em 17 países; 30% da nossa produção é exportada. Desde 2005, vamos duas vezes ao ano a Paris, para trabalhar. O ano de 2017 foi difícil pela crise vivenciada no Brasil, mas é nesses momentos em que mais precisamos nos avaliar, ver o que vamos mudar e no que podemos evoluir. Estamos comemorando 20 anos de estrada, e esses prêmios vêm como um reconhecimento do nosso trabalho, mas também como um incentivo para melhorarmos. Temos um planejamento sólido de expansão para 2018 e pretendemos seguir em frente”, reforçou Renata Fontan.
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