Campeonato será realizado entre os dias 21 de fevereiro e 1o de março (Foto: Arquivo pessoal)
“Até o ano passado eu nunca tinha saído do Acre, mas com o handebol tudo mudou. Conheci diversas cidades do Brasil em um curto espaço de tempo”, conta José Luciano Costa da Silva, de 17 anos, que representará o Brasil no ISF World Schools Championship Handball (Campeonato Mundial de Escolas de Handbol ISF), realizado entre os dias 21 de fevereiro e 1o de março, em Doha, no Catar.
Natural de Rodrigues Alves, distante 627 quilômetros de Rio Branco, o acreano conta que começou a praticar o esporte aos 14 anos, mas nunca imaginou que chegaria tão longe.
“Fui para a capital em 2016 e tive apoio do meu treinador, Davi Maia, que viu meu desempenho e começou a articular com Luiz Melo, um técnico de Mato Grosso. Acabei indo morar lá e em dezembro, durante os escolares, fui convocado pela Confederação Brasileira de Handebol [CBHb]”, explica.
Lá, começou a treinar no Acampamento Nacional de Desenvolvimento, em São Bernardo (SP). Com isso, a Escola Caic Balduíno, do Piauí, fez o convite que viria a proporcionar sua primeira viagem internacional. “Estou muito feliz. Minha família, que continua lá no interior do Acre, está superempolgada. Talvez até mais do que eu”, diz, em risadas.
Após o campeonato, Luciano residirá em Itajaí (SC), onde estudará Engenharia Civil na Univale, local que lhe cedeu uma bolsa de estudo e ajuda de custo. “Devo tudo isso ao esporte. Talvez, se não fosse por isso, eu nunca teria ido tão longe. Estou muito feliz pelo caminho que venho trilhando”, afirma.
O treinador do atleta, Davi Maia, conta que o caminho trilhado pelo acreano logo será repetido por mais dois jovens do estado: “É um projeto que faço há nove anos na Escola Alcimar Nunes Leitão, que aplica o handebol de base e visa lapidar e valorizar os pontos positivos de cada jogador e melhorar os fracos. Com o Luciano, fiz toda uma articulação com professores de outros locais, e deu certo. Com isso, quero cada vez levar mais jovens para o Brasil e até mesmo mundo afora”.