O Botafogo é a nova casa do treinador Alberto Valentim, então é necessário que a conheça com profundidade. Sendo assim, na pausa entre os treinamentos que antecederam sua estreia vitoriosa contra o Nova Iguaçu, pela Taça Rio, o comandante esteve em General Severiano para conhecer um pouco mais da gloriosa história do Botafogo, que segue bem preservada no Centro de Memória, revitalizado em 2016. A missão de recepcionar o novo treinador e guiá-lo pela estrada dos louros foi concedida ao ídolo Afonsinho, capitão na conquista da Taça Brasil de 1968, o primeiro Campeonato Brasileiro do Fogão. Uma honra que Valentim não esquecerá.
– Seja bem-vindo ao Botafogo, Valentim! Trouxe um escudo do Botafogo para você, uma lembrança para guardar para sempre. Achei bem legal sua vinda para o Botafogo. Acompanhei seu período no comando do Palmeiras e acho que você tem tudo a ver com o momento do Botafogo. Que tenha muita sorte. Você vai gostar, o Botafogo é um clube que desde sua fundação é encantador. Um time fundando por garotos que cresceu com enorme tradição – recepcionou assim Afonsinho.
Alberto Valentim logo tratou de guardar o broche com o escudo do Botafogo entregue por Afonsinho. Um pequeno gesto, mas como o próprio treinador citou, “um pequeno e gigante gesto do ídolo”. Mas Valentim também não foi de mãos abanando ao encontro e presenteou Afonsinho com um cachecol alvinegro para acompanhá-lo nos jogos do Glorioso.
– Fiquei super contente quando recebi o contato do Anderson Barros (Gerente de Futebol), uma negociação rápida e que finalizamos em 48h. Queria chegar rápido para começar a treinar a equipe e ganhar o máximo de tempo de treino possível. Vou precisar da ajuda de todo mundo para fazermos um trabalho legal. Espero o senhor no estádio para quando quiser visitar treinos e jogos também. Será um prazer tê-lo próximo do nosso trabalho. Foi um prazer enorme conhecê-lo – disse Valentim.
Antes da visita ao Centro de Memória Valentim e Afonsinho “resenharam” bastante e o ídolo gostou de ouvir sobre as primeiras impressões do treinador – Fique à vontade, professor! Essa é a principal característica do Botafogo, abraçar as pessoas que vestem essa camisa – disse.
– Fizemos oito sessões de treinos e vi um pessoal muito receptivo por parte do staff fixo do clube, os jogadores com muita vontade de trabalhar. É um ambiente muito legal, gostoso. O ambiente de trabalho manda muito. Sou muito exigente, mas sempre com um ambiente muito saudável. Assim já é muito difícil de conseguir as coisas, sem isso é praticamente impossível – destacou o treinador.
Entre um troféu e outro as lembranças de Afonsinho afloraram e no olhar curioso de Valentim brilhou o respeito pela tradição alvinegra, ponto que o treinador fez questão de destacar e parabenizar o clube por não deixar para trás os verdadeiros responsáveis pelas glórias: seus ídolos.
– Legal que o Botafogo segue esse caminho de continuar preservando seus ídolos, resgatar quem realmente participou das glórias do clube. Aqui no Brasil muitas pessoas tem memória curta e esse resgate é importante. Joguei lá fora e vi as pessoas dando mais valor aos jogadores que se entregaram de verdade, que tiveram aquela relação mais forte com os clubes – lembrou Valentim, que atuou por um longo período no futebol italiano.
Coordenado pelo Benemérito Luiz Felipe Carneiro de Miranda, o Centro de Memória do Botafogo abriu uma exceção e deixou um troféu importante em destaque, algum tempo longe das demais glórias alvinegras. A causa foi nobre e justa, já que seu capitão estava presente. Afonsinho logo abriu um sorriso ao ver a Taça Brasil de 1968, o primeiro Campeonato Brasileiro do Fogão, diante de seus olhos. A faixa de campeão que cruzou seu peito também estava sobre o troféu. O ex-meia também destacou a “dificuldade” para montar o time do século do Glorioso. “Meu Botafogo, os seus ídolos são tantos”, diz a música cantada pelos botafoguenses.
– Foi tão complicado montar esse time do século que não colocaram só onze jogadores. Na verdade são treze! – brincou Afonsinho ao se deparar com a equipe de ouro formada por Manga, Nilton Santos, Leônidas, Marinho Chagas, Carlos Alberto Torres, Heleno de Freitas, Garrincha, Didi, Gerson, Jairzinho, Paulo César Caju, Quarentinha e Amarildo.
Treinador e ídolo seguiram pela sede de General Severiano e finalizaram o encontro após a viagem pelo túnel tempo, outro local preenchido com ídolos e glórias do Botafogo. No fim, a frase dita pelo Jornalista Armando Nogueira bem centralizada no interior de uma estrela solitária certamente cravou na memória de Valentim o que representa a mesma estrela que carrega no peito. “O Botafogo é mais que um clube, é uma predestinação celestial”.
– Falei logo na apresentação da felicidade e honra por trabalhar nesse grande clube. Estou começando uma carreira e ter essa oportunidade é maravilhosa. Pude conhecer a história do Afonsinho e do Botafogo, bem legal esse legado do clube de manter vivo e aproximar os jogadores que fizeram história no Botafogo, que fizeram com que o Botafogo fosse grande de verdade. Acho muito bacana essa aproximação e fica aqui novamente o meu convite para que ele esteja próximo de nós – encerrou Valentim.
Confira o boletim sobre a primeira vitória de Alberto Valentim no comando do Botafogo e veja mais sobre a visita do treinador ao Centro de Memória do Fogão nas imagens da BOTAFOGOTV. Deu sorte hein, professor!
Fonte: Site oficial do Botafogo