Como parte da programação do 8° Fórum Mundial da Água , foi lançado na tarde desta segunda-feira (19), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2018.
O documento (veja o resumo executivo) destaca soluções baseadas na natureza como forma de melhorar a gestão hídrica.
O vice-presidente da ONU Água, Joakim Harlin; o diretor-executivo da ONU Meio Ambiente, Erik Solheim; o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg; a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay; o coordenador e diretor do Programa de Avaliação dos Recursos Hídricos da Unesco, Stefan Uhlenbrook. Foto: Toninho Tavares/ Brasília
A chamada infraestrutura verde resume-se em preservar as funções dos ecossistemas, tanto natural como artificialmente, apostando em engenharia ambiental em vez de engenharia civil para melhorar a gestão dos recursos hídricos. As ações devem ser adotadas tanto no campo quanto na cidade.
Na prática, ampliar a cobertura vegetal, a recomposição de solos e a proteção das bacias hidrográficas garante o aumento da quantidade e da qualidade da água e do acesso a todos esses recursos. Além disso, diminui os desastres naturais.
De acordo com o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, que participou do lançamento, essa é a primeira vez que se divulga o documento no Brasil. “Precisamos de informações científicas para, cada vez mais, utilizando essa troca de experiências entre comunidades do mundo todo, podermos formular políticas públicas duradouras, democráticas e que possam servir às populações de todos os países.”
“Precisamos de informações científicas para podermos formular políticas públicas duradouras, democráticas”Rodrigo Rollemberg, governador de Brasília
Segundo a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Audrey Azoulay, nos próximos dias o relatório será divulgado em outros 30 países. “Esse documento tem o objetivo de auxiliar nos caminhos em que queremos andar e em investir nas estruturas corretas”, disse. “Todos nós sabemos dos benefícios das soluções baseadas na natureza, mas não investimos nelas.”
Audrey ressaltou que, se nada for feito, em 2050, cerca de 5 bilhões de pessoas viverão em áreas com baixo acesso à água.
O relatório reconhece a água como parte integrante de um processo natural, que envolve evaporação, precipitação e absorção pelo solo.
Publicado anualmente, ele tem o objetivo de abranger o estado dos recursos de água potável no mundo e propor ações sustentáveis para garantir a boa gestão.
Produção agrícola pode aumentar em 20% em todo o mundo com gestão mais verde da água
No setor agrícola, estima-se que a produção possa aumentar em cerca de 20% em todo o mundo se forem utilizadas práticas mais verdes de gestão da água.
Estudo citado pelo relatório avaliou projetos de desenvolvimento agrícola em 57 países de baixa renda e descobriu que o uso mais eficiente da água, combinado com a redução do uso de pesticidas e com melhorias na cobertura do solo, aumentou o rendimento das colheitas em 79%.
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Apesar de o setor da agricultura ser o maior consumidor de água, práticas verdes na cidade também são reconhecidas e variam desde paredes verdes e jardins suspensos a medidas para coletar e reciclar água. Na China, por exemplo, o projeto Cidade Esponja melhora a disponibilidade do recurso em aglomerados urbanos.
Serão 16 regiões-pilotos no país asiático com o objetivo de reciclar 70% da água da chuva por meio de uma maior permeação do solo por retenção e armazenamento e pela purificação da água e restauração de zonas úmidas adjacentes.
Vila Cidadã tem atrações gratuitas
Desde sábado (17), os brasilienses podem conhecer a Vila Cidadã. O espaço do Fórum Mundial da Água é aberto ao público e oferece atrações das 9 às 21 horas.
A área tem mais de 10 mil metros quadrados e fica no estacionamento do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.
Para ter acesso à Vila, basta se credenciar no site oficial. O registro pode ser feito no local, mas, de acordo com a organização, o envio antecipado dos dados ajuda a evitar filas.
O que é o Fórum Mundial da Água
Criado em 1996 pelo Conselho Mundial da Água, o fórum foi idealizado para estabelecer compromissos políticos acerca dos recursos hídricos.
Fórum Mundial da Água
Em Brasília, é organizado pelo Conselho Mundial da Água, pelo governo local — representado pela Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa-DF) — e pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Nacional de Águas (ANA).
O fórum ocorre a cada três anos e já passou por Daegu, Coreia do Sul (2015); Marselha, França (2012); Istambul, Turquia (2009); Cidade do México, México (2006); Kyoto, Japão (2003); Haia, Holanda (2000); e Marrakesh, no Marrocos (1997).
8º Fórum Mundial da Água
Até 23 de março (sexta-feira)
No Centro de Convenções Ulysses Guimarães e no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
Inscrições abertas no site oficial
Edição: Raquel Flores
Galeria de Fotos
Centro de Convenções Ulysses Guimarães Fórum Mundial da Água 2018 Rollemberg