O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,10% em março, ficando abaixo do resultado de fevereiro, 0,38%. Na série histórica iniciada com o Plano Real, em 1994, esta foi a menor taxa para um mês de março desde 2000, quando foi registrado 0,09%. O acumulado dos últimos doze meses foi de 2,80%, ficando ligeiramente abaixo dos 2,86% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Já o IPCA-E, que acumula as variações mensais do IPCA-15 por trimestre, ficou em 0,87%, abaixo da taxa de 1,00% do primeiro trimestre de 2017. A publicação completa do IPCA-15 está à direita dessa página.
PERÍODO
TAXA
Março
0,10%
Fevereiro
0,38%
Março 2017
0,15%
Acumulado no ano
0,87%
Acumulado 12 meses
2,80%
Dois dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram deflação de fevereiro para março: Alimentação e bebidas (-0,07%) e Comunicação (-0,19%). Já Saúde e cuidados pessoais, além da maior variação de grupo (0,54%), registrou, também, o maior impacto (0,07 pontos percentuais).
A queda de 0,19% do grupo Comunicação foi influenciada pelo item telefone fixo (-0,94%) em função da redução nas tarifas das ligações locais e interurbanas de fixo para móvel em vigor desde 25 de fevereiro.
Grupo
Variação Mensal (%)
Impacto
Variação Acumulada (%)
(p.p.)
Janeiro
Fevereiro
Março
Março
Trimestre
12 meses
Índice Geral
0,39
0,38
0,10
0,10
0,87
2,80
Alimentação e Bebidas
0,76
0,13
-0,07
-0,02
0,82
-1,47
Habitação
-0,41
-0,51
0,13
0,02
-0,79
4,68
Artigos de Residência
0,06
0,20
0,09
0,01
0,35
-0,97
Vestuário
0,36
-0,73
0,00
0,00
-0,37
2,70
Transportes
0,86
1,11
0,07
0,01
2,05
5,18
Saúde e Cuidados Pessoais
0,41
0,34
0,54
0,07
1,30
6,15
Despesas Pessoais
0,19
0,19
0,12
0,01
0,50
3,79
Educação
0,28
4,01
0,25
0,01
4,56
5,25
Comunicação
0,08
0,03
-0,19
-0,01
-0,08
0,39
O grupo dos alimentos, que responde por cerca de 1/4 das despesas das famílias, teve variação de -0,07%. Regionalmente, os índices variaram do -0,84%, em Salvador, até 0,19%, em Curitiba. Com redução de 0,29% em relação a fevereiro, a alimentação no domicílio, motivou a queda no grupo dos alimentos, em março, já que vários produtos tiveram deflação, a exemplo das carnes (-0,66%) e do tomate (-5,00%).
Já Saúde e cuidados pessoais sofreu a maior alta mensal entre os grupos pesquisados, 0,54%. A pressão foi exercida pelo item plano de saúde (1,06%), maior impacto individual no índice do mês, 0,04 p.p.
Nos Transportes (0,07%), o resultado contempla a variação de 1,30% nos ônibus urbanos, em razão dos reajustes, conforme tabela a seguir:
Ônibus urbano
Região
Variação (%)
Reajuste (%)
Data
Goiânia
2,04
8,11
24/01
Fortaleza
3,76
6,43
03/02
Rio de Janeiro
3,75
5,88
05/02
Belém
5,48
6,45
20/02
Porto Alegre
0,74
6,17
13/03
Por outro lado, ainda nos Transportes, as passagens aéreas tiveram queda de 15,33%, sendo responsáveis pelo maior impacto negativo no índice, -0,06p.p.
Quanto aos índices regionais, conforme a tabela a seguir, houve acelerações apenas em Fortaleza (de 0,13% em fevereiro para 0,26% em março) e Brasília (de -0,09% em fevereiro para 0,08% em março). As demais regiões metropolitanas desaceleraram. Belém teve a maior variação (0,29%), em razão da alta de 5,48% dos ônibus urbanos. O índice mais baixo foi o de Salvador (-0,09%), onde o tomate (-15,94%) e as passagens aéreas (-16,55%) contribuíram para a queda.
Região
Peso Regional (%)
Variação Mensal (%)
Variação Acumulada (%)
Janeiro
Fevereiro
Março
Trimestre
12 Meses
Belém
4,65
-0,06
0,38
0,29
0,62
1,11
Fortaleza
3,49
0,43
0,13
0,26
0,82
1,41
Belo Horizonte
11,23
0,35
0,38
0,25
0,99
1,94
Rio de Janeiro
12,46
0,48
0,57
0,17
1,22
2,68
São Paulo
31,68
0,52
0,39
0,11
1,02
3,64
Brasília
3,46
0,03
-0,09
0,08
0,02
2,91
Porto Alegre
8,40
0,45
0,37
0,02
0,83
2,72
Curitiba
7,79
0,52
0,25
0,01
0,79
2,94
Recife
5,05
0,34
0,21
-0,04
0,50
2,76
Goiânia
4,44
0,21
0,13
-0,04
0,30
3,78
Salvador
7,35
0,12
0,78
-0,09
0,81
1,75
Brasil
100,00
0,39
0,38
0,10
0,87
2,80
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de fevereiro a 15 de março de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de janeiro a 15 de fevereiro de 2018 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.