A vitória não é prioridade para Michel Temer, segundo João Domingos, do Estadão.
O presidente alega que usará os palanques de campanha para reagir ao que chama de ataques à sua honra e para defender o legado de seu governo.
Além disso, “o fato de participar da eleição presidencial permitirá que faça bons acordos para o segundo turno. Entre esses acordos, por exemplo, está a negociação em torno das presidências da Câmara e do Senado. O ideal é ficar com as duas. Mas, se não conseguir, só a presidência da Câmara já garante um poder muito grande para o partido que a detém.”
Os obstáculos no caminho do presidente, no entanto, não se restringem à impopularidade.
“Eles virão dos candidatos do MDB à Câmara e ao Senado. A entrada de Temer na disputa terá por consequência imediata a redução nas verbas do fundo eleitoral que serão destinadas aos que disputam vagas no Congresso, pois boa parte delas será drenada para a disputa presidencial. Candidatos a deputado e a senador pelo MDB também costumam vencer suas eleições a partir de acordos regionais, longe do candidato a presidente. Mas Temer domina o MDB. As chiadeiras não farão nenhum efeito.”