Pedido de fechamento da fronteira também foi alvo de críticas da chefe do executivo estadual
Desde o início da imigração em massa de venezuelanos, o Governo de Roraima recebeu do Governo Federal, apenas R$ 480 mil em recursos para o auxílio ao trabalho de acolhimento realizado no Estado. O assunto foi tema de entrevista concedida pela governadora Suely Campos, na manhã desta segunda-feira (16), a uma emissora de rádio em Boa Vista.
Segundo Suely, o Governo de Roraima não tem como assumir a grande demanda populacional de imigrantes em tão pouco tempo. Até 2015, o crescimento populacional de Roraima era de 2%. Com a imigração houve um salto de 16% em 2017.
“Isso é preocupante, porque a imigração desenfreada impacta na prestação dos serviços públicos de saúde, segurança e educação. Não temos como atender a tanta demanda, em meio à crise financeira vivida pelo Estado”, lembrou.
Suely disse que o governo estadual está fazendo a sua parte para abrigar os venezuelanos que chegam ao Estado e que a União está deixando a desejar. “Criamos abrigos para acolher os imigrantes. Estamos recebendo todos eles nos hospitais mesmo sem a ajuda financeira da União para realizarmos esse tipo de serviço”, argumentou.
SEGURANÇA – Nesse momento, a maior preocupação da governadora é quanto à segurança da população roraimense, que hoje sofre com o aumento da criminalidade.
“Houve um aumento considerável no número de roubos e furtos. Registramos também crescimento de casos de homicídio. De 2017 para 2018, subiu de 26 para 44”, confirmou.
Confirme a governadora, as forças de segurança estão sobrecarregadas com o aumento da criminalidade. Por esse motivo, precisam de recursos que possibilitem a compra de equipamentos.
“O recurso de R$ 190 milhões que o Governo Federal afirmou ter destinado para o Estado, na realidade está sob a reponsabilidade do Exército Brasileiro, que está à frente de outras ações ligadas a questão se segurança. Até o momento, o único recurso que o Governo Federal destinou para Roraima, foi de apenas R$ 430 mil, usado para a compra de alimentos e gás para os abrigos mantidos pelo estado”, disse.
FRAGILIDADE DA FRONTEIRA – Suely Campos disse que não concorda com a maneira como a União está fazendo a segurança na fronteira do Brasil com a Venezuela, e que foi por esse motivo, que ingressou com uma ação cívil no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que o Governo Federal tenha mais rigor na fiscalização na fronteira.
“Como governadora, não posso deixar que os roraimenses sejam prejudicados com os impactos negativos causados pela imigração venezuelana. Por isso, decidi entrar com o pedido de tutela provisória contra a União para fechar a fronteira de Roraima”, desabafou.
Roraima assim com outros Estados brasileiros que possuem fronteira internacional, já cobrou inúmeras vezes, maior fiscalização nessas regiões. A imigração venezuelana só acentuou a fragilidade da nossa fronteira, tanto, que temos registro de passagem de armas de grosso calibre e drogas.
“Os antecedentes criminais dos imigrantes precisam ser pedidos. A questão sanitária, envolvendo a saúde, também precisa receber uma atenção maior. Eles precisam ser vacinados, principalmente, contra o sarampo”.