O coletivo Estopô Balaio faz nesta semana as duas últimas apresentações nas linhas da CPTM. Nesta quinta (19) e sexta (20), às 14hs, o grupo encenará a montagem “A Velhice, o Artista” na Linha 10-Turquesa (Brás-Rio Grande da Serra). O espetáculo faz parte do projeto “Nos trilhos abertos de um leste imigrante”, que aborda narrativas de passageiros da própria CPTM.
“A velhice, o Artista” conta a história do Sr. Vital, que nasceu em Mariana (MG). Em 1964, ele veio tentar a sorte na capital paulista. Aqui, trabalhou em diversas metalúrgicas, no período em que o sindicalismo era bastante forte. Vital testemunhou as lutas e os desdobramentos trabalhistas da época. Mas seu sonho sempre foi tocar sanfona. A encenação mostra as dificuldades enfrentadas por ele para realizar seu sonho.
Sobre o projeto
Durante 24 meses, os artistas do grupo teatral ouviram relatos dos usuários que, devido à distância, sentiam falta de familiares e amigos. Muitos deles, sem saber ler e escrever, recorriam aos atores que se disponibilizavam nas estações para escrever cartas voluntariamente aos entes queridos, amenizando assim a saudade.
Nesses momentos, a conversa se estendia além dos textos das cartas, normalmente carregada de lembranças, às vezes boas, outras ruins, mas sempre cheias de emoções. Essas histórias foram transformadas em arte e poesia pelo Coletivo Estopô Balaio, que agora devolvem os relatos em forma de peça teatral para o público.
Com o olhar atento às manifestações de dança de rua, grafite e outras intervenções culturais, o Coletivo Estopô Balaio tem residência artística no Jardim Romano e conta com a participação de artistas migrantes, que ajudam a resgatar as experiências e memórias desta comunidade da zona leste. O coletivo é vencedor do Prêmio Rumos, do Itaú Cultural, entre outros.
Para participar da viagem teatral os interessados devem se inscrever pelo e-mail [email protected] e chegar à Estação Brás 30 minutos antes do espetáculo.