As delações que a Segunda Turma do STF enviou para São Paulo jamais serão compartilhadas com a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, como dizem alguns analistas.
Não existem em curso no Judiciário paulista ações penais que possam acolher, por conexão, os termos de colaboração dos delatores da Odebrecht que foram extraídos da 13a Vara Federal.
Da mesma forma, novas ações não poderão ser abertas para apuração de ilícitos penais já investigados: os pagamentos de propina a Lula por meio de reformas no sítio de Atibaia e da compra de um terreno para seu Instituto.
Toffoli lançou as delações num buraco negro jurídico.
A Lava Jato em Curitiba, por outro lado, poderá usar os depoimentos dos delatores a Moro, assim como de outras testemunhas e réus, além de todo o arsenal de provas colhidas na investigação, como emails, planilhas etc.
A menos que os chicaneiros de plantão resolvam subverter o sistema jurídico outra vez. O precedente foi aberto ontem. Os advogados do condenado sabem que há gente no STF disposta a tudo para manter o sistema do qual Lula faz parte.