O Sebrae Startup Day reuniu a média de 130 pessoas, de 60 startups, durante todo o dia, na Escola de Negócios do Sebrae-SP, no bairro dos Campos Elíseos, região central de São Paulo. A programação percorreu todas as fases de maturidade de uma nova empresa, da validação da ideia ao desenho do negócio, culminando na viabilização.
O Startup Day foi incluído dentro de outra agenda do programa, o Bootcamp, que começou na quinta-feira. Na parte da manhã, para discutir a fase de validação do negócio, os convidados assistiram ao depoimento de quatro empreendedores de startups consolidadas. Em seguida, representantes da Espanha e do Canadá falaram sobre o funcionamento dos ecossistemas de startups nesses países. Para Graziele Vilela, gerente adjunta de Comércio e Serviços do Sebrae, o Startup Day é um evento que se baseia nas conexões. A programação é pensada para permitir a interação entre o público, o Sebrae e os convidados. “A partir desses momentos que os projetos e as ideias são enriquecidos. As startups tem a possibilidade de ouvir experiências que se assemelham ao que estão vivenciando e assim aprender com as lições dos outros”. “Na validação, o fundamental é o foco na demanda. Temos muitas ideias, mas não observamos a demanda. A mensagem que eu deixo é a de que não adianta uma ideia que ninguém quer”, disse Claudio Ramos, 32 anos, um dos participantes do bate-papo com empreendedores. Ramos é proprietário do Mania de Passar, empresa criada há dois anos e meio e que já tem 3.000 clientes e 94 unidades franqueadas em todo o país. O Mania de Passar retira a domicilio as roupas lavadas e as devolve passadas semanalmente. A assinatura do serviço para um casal custa R$ 144 mensais. Ex-funcionário de banco, Fabio Carneiro, 31, proprietário da startup Promobit, destacou a importância da equipe no processo de validação. “Pense no potencial do seu time, em tudo o que aqueles talentos podem oferecer. No meu caso, o forte era a tecnologia, o que nos permitiu pesquisar muito”, disse. A Promobit é uma rede social que compartilha as melhores ofertas das melhores marcas, uma espécie de caça-promoções que já reúne 500 mil membros. À tarde, dedicada à fase da aceleração, o design thinking foi tema de um workshop e uma palestra, oferecida à Liga das Startups, para aproximar os empreendedores digitais e leva-los a troca de experiências. Popularizado nos anos 1990, o design thinking propõe colocar o homem no centro da experiência, o que, no mundo dos negócios, significa modelar o produto ou o serviço a partir do que pensa o usuário final. Alessandro NG, head Latam da escola e comunidade norte-americana Service Design Sprint, liderou a workshop mais concorrida, sobre design sprint, ensinando como desenhar o novo negócio a partir de metodologia própria. “Em um ecossistema mais consolidado como o americano, quando você chega e diz que quebrou duas startups, é aí que o investidor ou a aceleradora passam a se interessar por você. Americanos acreditam muito na aprendizagem que o erro proporciona. Aqui, muitos ainda se afastam do que consideram perdedores”, observou NG, que é co-fundador da Design Sprint, startup criada em 2014 no Vale do Silício, Estados Unidos, e que já cuidou de projetos para grandes empresas e para o poder público, como o programa de prevenção de infecção por HIV para jovens gays contratado pelo Governo do Estado de São Paulo.