Qualificação de Núcleos de Vigilância Epidemiológica Hospitalar. (Foto: Marcio Sampaio)
O Governo do Estado monitora o perfil de morbidade e mortalidade dos municípios para fortalecer as capacidades básicas na atenção à saúde. Nesse sentido, tem apoiado a estruturação, a manutenção e qualificação dos Núcleos de Vigilância Epidemiológica Hospitalar do Maranhão (NVEH). No estado, são 25 núcleos instalados em 14 municípios, 15 deles ligados à rede nacional.
O secretário adjunto da Política de Atenção Primária e Vigilância em Saúde da SES, Marcelo Rosa, avalia que o papel dos NVEHs é essencial para balizar as ações de prevenção e controle, uma vez que eles alimentam os sistemas de informação da vigilância epidemiológica estadual e nacional.
“Nos hospitais surgem vários agravos que não são perceptíveis em outros níveis de atenção, como infecções bacterianas super-resistentes, que só são detectadas em nível hospitalar. Os núcleos avaliam, indicam condutas dentro de protocolos estabelecidos e servem de fonte de informação dentro da vigilância epidemiológica. São de suma importância tanto para detecção e notificação, como para planejamento de como agir nessas situações”, afirmou.
O serviço, que funciona articulado à Rede Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), serve para detectar oportunamente doenças de notificação compulsória ou outros agravos de interesse para a saúde pública, bem como atua na recomendação e adoção de medidas de prevenção e controle dessas doenças e agravos.
“Quando temos um núcleo implantado no hospital, temos melhora nos indicadores, pois vamos ter uma busca ativa dessas doenças, teremos informação e vamos implementar medidas para controle delas, para que não haja um surto. Tem-se metas, atividades que devem ser realizadas e há melhora nos indicadores de morbimortalidade”, explica Jakeline Rios, coordenadora do CIEVS.
A investigação epidemiológica no âmbito hospitalar pode demonstrar o surgimento de novas doenças, como aquelas trazidas por estrangeiros, ou mudanças no comportamento epidemiológico da região.
Oficina
Segundo Jakeline Rios, o Estado promove desde 2017 reuniões anuais para qualificação e planejamento dos núcleos – antes disso, elas eram bianuais. A edição de 2018 acontece nesta terça (22) e quarta-feira (23), no Praia Mar Hotel.
Cerca de 80 técnicos e gestores que atuam nos Núcleos de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (NVEH), nas Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIHs), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e unidades básicas de saúde, que são portas de entrada de doenças ou eventos em forma grave, participam da oficina, que busca esclarecer os fluxos de trabalho, debater desafios e estratégias de vigilância epidemiológica hospitalar integrada.
“Trabalhar a vigilância em âmbito hospitalar requer ramificações em outras áreas, como atenção primária. Por isso, além dos núcleos, trabalhamos também com as UPAs, hospitais particulares, principalmente com os cinco hospitais da capital que são fontes notificadoras”, acrescentou.
Uma das experiências apresentadas será do NVEH instalado no Hospital Regional da Baixada Maranhense Dr. Jackson Lago, em Pinheiro, que atende 44 municípios. “Já recebemos pacientes que não tiveram detectado o caso de tétano acidental e chegou para nós, fizemos as medidas emergenciais e demos suporte intensivo. É importante a atuação do núcleo, pois conseguimos resolver os casos em tempo oportuno. Esse é nosso objetivo detecção precoce e resolução em tempo oportuno”, relatou Josiedna Abreu Pinheiro, enfermeira do NVEH do hospital.
Atribuições do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (NVEH)
– Detecção e notificação de doenças e agravos de notificação compulsória (DNC);
– Realização de busca ativa nos setores do hospital;
– Investigação epidemiológica das DNC notificadas no hospital;
– Investigação de surtos;
– Consolidação, análise e divulgação da informação;
– Promoção da integração intersetorial;
– Realização de estudos epidemiológicos;
– Recomendação de medidas de prevenção e controle apropriadas;
– Alimentação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN);
– Trabalhar em parceria com serviço de vigilância epidemiológica municipal e estadual;
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