Na terça-feira (29), o auditório da Biblioteca Nacional recebe, às 14h30, debate sobre a história das lutas negras no Distrito Federal. Mediado pela professora e mestre em história da Universidade de Brasília Ana Flávia Magalhães Pinto, a mesa-redonda apresenta uma retrospectiva dos últimos 30 anos das demandas do movimento.
Uma das personalidades da luta negra homenageadas na ocasião será a militante Lydia Garcia, de 80 anos. Ativa nos movimentos antirracismo, ela foi uma das fundadoras da Fundação Cultural Palmares. Foto: Andre Borges/ Brasília
Organizado em parceria com a Secretaria de Cultura, o evento também marca os 130 anos da abolição da escravidão e os 30 anos da Constituição Brasileira.
“Queremos abrir esse espaço para um diálogo entre gerações. Trazer para o enfoque a força do movimento social e toda essa trajetória”, pontua Ana Flávia.
Entre os homenageados no debate intitulado Diálogos sobre 1988 – Memórias e histórias das lutas negras no Distrito Federal estão:
- Edson Lopes Cardoso – Diretor do Ìrohìn (Centro de Documentação, Comunicação e Memória Afro-Brasileira) e ex-militante do Movimento Negro Unificado do DF
- Lydia Garcia – Primeira professora de música da Secretaria de Educação do DF e militante do Movimento Negro
- Maria das Graças Santos – Fundadora do primeiro salão de beleza para cabelos crespos, o Afro Nzinga, e ex-militante do Movimento Negro Unificado do DF
- Maria Luiza Júnior – Graduada em Comunicação Social na UnB e mestre em História na USP, ex-militante do Movimento Negro Unificado do DF
Eles foram escolhidos pela influência em lutas como o sistema de cotas, além da participação em ações de impacto nacional, a exemplo da Convenção Nacional do Negro pela Constituinte (1986) e as Marchas Zumbi dos Palmares contra o Racismo, pela Cidadania e a Vida (1995 e 2005).
Ativa nos movimentos antirracismo, Lydia Garcia, de 80 anos, uma das homenageadas, olha com orgulho para as lutas contemporâneas dos negros. “A situação dos jovens é diferente nos dias de hoje, eles têm outras lutas, e eu apoio todas elas”, afirma.
Ela foi uma das fundadoras da Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura, participa da Frente de Mulheres Negras do DF e Entorno e mantém o Bazafro como uma forma de levantar a autoestima e resgatar as raízes afro.
“Nós trabalhamos muito pela questão do negro, nas lutas pelo respeito e reconhecimento da cultura negra e afro-brasileira”, pontua Lydia.
Ganhadora do 1º Prêmio Cultura Afro-Brasileira da Secretaria de Cultura, que está com inscrições abertas para a segunda edição, Lydia também foi referência para a embaixada africana. Ela conta que recebia na casa dela os alunos que vinham para a cidade estudar na Universidade de Brasília.
Mesa-redonda Diálogos sobre 1988 – Memórias e histórias das lutas negras no Distrito Federal
29 de maio (terça-feira)
Das 14h30 às 20 horas
No Auditório da Biblioteca Nacional da República
Edição: Paula Oliveira
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