A folha lesionada desprende-se, seca e fica pendurada no ramo por um filamento branco (Foto: Cedida)
Folhas murchas se multiplicando no plantio de mandioca motivaram o agricultor Francisco Oliveira, morador do ramal Pentecostes, em Cruzeiro do Sul, a acionar equipes do governo para buscar a salvação da lavoura.
“Como nunca tinha visto nada semelhante na região, achei melhor procurar ajuda de quem entende”, disse Francisco Oliveira.
Após a solicitação do produtor, técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) e da Embrapa estiveram na propriedade do agricultor para verificar o que estaria afetando o plantio.
“Na primeira visita, o colega Aldair Pereira, da Seaprof, suspeitou que fosse um fungo e orientou que fosse aplicada calda bordalesa que funciona como fungicida e nutre a planta quando aplicada corretamente”, conta Igor Gomes, coordenador da Defesa Vegetal em Cruzeiro do Sul.
Após o uso da calda, o produtor relatou que diminuiu o efeito da doença que estava atingindo cerca de 70% da lavoura de mandioca. “O fungo em questão parece ser o Pellicularia koleroga que causa prejuízos nos cafezais”, explica Igor Gomes.
De acordo com a análise de Amauri Siviero, técnico da Embrapa, os sintomas identificados na plantação do ramal Pentecostes assemelham-se com um fungo que causa a doença conhecida como “queima do fio”, comum em plantios de café.
Assegurar a defesa vegetal dos plantios do território acreano é parte das funções do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal, para garantir que produtos saudáveis e de qualidade cheguem à mesa do consumidor interno e externo.
“Por isso, sempre que um produtor identificar algo estranho em sua lavoura é importante que procure um escritório do Idaf, para que os técnicos, agrônomos possam verificar causas e evitar perdas no plantio ou infestações. Todos ganham com uma boa ação de defesa”, frisa o diretor-presidente do Instituto, Ronaldo Queiroz.
Saiba mais sobre a doença “queima do fio”
Segundo artigo publicado no site Saber na Rede, a “queima do fio” é também denominada de mal de koleroga ou mal de hilachas, causada pelo fungo Pellicularia koleroga (Koleroga noxia Donk, Corticium koleroga).
“Na parte inferior da folha é visível uma película esbranquiçada. A folha lesionada desprende-se, seca e fica pendurada no ramo por um filamento branco, que é o micélio do fungo”, detalha o artigo.
Doença rara foi identificada em plantio no ramal Pentecostes (Foto: Cedida)