Começa, hoje, 1º de agosto, a Galeria Pop Up do CRAB – Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro, na Praça Tiradentes, Rio de Janeiro. É a primeira vez que o CRAB apresenta uma exposição no formato galeria, com aproximadamente 250 peças de mais de 40 artistas de diversas regiões e técnicas variadas da produção artesanal brasileira. Cariocas e turistas que visitarem o CRAB serão apresentados a um panorama abrangente do artesanato e poderão conhecer e comprar objetos produzidos por artesãos de todo o país. A entrada é gratuita. Todas as obras expostas estarão à venda e o comprador receberá a peça ao término da exposição.
O projeto da Galeria Pop Up do CRAB foi pensado para atrair um público especializado, formado por colecionadores de arte, arquitetos, designers e demais interessados em adquirir peças exclusivas de artesanato popular brasileiro. A galeria ocupará três salas do piso térreo do CRAB, uma área de aproximadamente 240 m2.
Para o diretor-superintendente do Sebrae/RJ, Cezar Vasquez, o CRAB funciona como uma âncora da região e cria um corredor de cultura e comércio. “É um espaço urbano inovador, de reflexão e de aproximação comercial. Ele foi criado para ser uma plataforma de reposicionamento e qualificação do artesanato brasileiro em sua diversidade regional”.
Serviço
Galeria Pop-Up do CRAB
Local: CRAB – Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (Praça Tiradentes, 69 – Centro, Rio de Janeiro – RJ)
Período de visitação: 1º de agosto até 30 de novembro, das 10h às 17h
Entrada gratuita | Tel.: 21 3380 1850 | http://www.crab.sebrae.com.br/
Lista e biografias de alguns artistas participantes
Aberaldo Santos – nasceu no município alagoano de Pão de Açúcar, em 1960. Aberaldo começou a trabalhar com a madeira desde muito cedo. Tornou-se um dos escultores populares mais prestigiados do Brasil e atualmente mora em um povoado às margens do Rio São Francisco, chamado Ilha do Ferro, em Alagoas – considerado um dos mais importantes polos de produção de arte popular e artesanato do Brasil.
Antônio de Dedé – O mestre alagoano Antonio de Dedé nasceu em 1953 e foi registrado como Patrimônio Vivo de Alagoas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), desde 2015. Escultor em madeira, seus temas preferidos eram bichos e personagens imaginários: onças, touros, gatos, veados, elefantes, bailarinos, casais em peças únicas, geralmente esculpidos em cedro e jaqueira e ricamente policromados.
Associação Mestre Noza – o Centro de Cultura Popular Mestre Noza é um dos mais importantes locais na cidade de Juazeiro e na região do Cariri. Criado em homenagem a Inocêncio Medeiros da Costa (Mestre Noza), considerado primeiro artesão da região, o Centro de Cultura abriga obras de mais de 100 artesãos do Cariri.
Beto Pezão – José Roberto Freitas nasceu em Santana do São Francisco em 1952. O seu pai era escultor e com seis anos de idade ganhou um pequeno torno. Os seus personagens retratam a vida e a trajetória do povo sertanejo, com estilo inconfundível. Quando o artista percebeu que imagens não tinham estabilidade, por isso alongou os pés das imagens que fabricava para dar mais sustentação.
Clélia Lemos – artista plástica, vive e trabalha em Belo Horizonte/MG. Clélia confecciona estandartes a partir de imagens de Santos e Orixás e trabalha com cenografia e figurinos para teatro e festas folclóricas, como catopés e o Divino Espírito Santo. Dedica-se, atualmente, a arte sacra (estandartes e presépios) com a utilização de materiais reciclados, o que torna suas peças diferenciadas e únicas.
Cícero Ferreira – nascido em 1969, em Juazeiro do Norte, ele é filho do consagrado artista Manoel Graciano. Além das figuras zoomorfas, Cícero produz ex-votos, santos e esculturas com temáticas regionais, como banda cabaçal, Lampião e Maria Bonita.
Dona Irinéia – Dona Irinéia Rosa Nunes da Silva é uma das mais reconhecidas artistas da cerâmica popular brasileira. Ela faz parte de um grupo de remanescentes quilombolas do povoado do Muquém, município de União dos Palmares, zona da mata Alagoana, onde nasceu em 1949.
Elisa Penna – artista de Belo Horizonte, Minas Gerais. Trabalha com arte há 28 anos e esse interesse começou desde criança, quando manipulava cera e ferramentas do laboratório de prótese do pai. Daí passou para a argila, material com o qual trabalhou grande parte da sua carreira.
Expedito Seleiro – nasceu na Fazenda Poço do Novilho, em Arneiroz, Sertão do Inhamus cearense. Em 1947, com oito anos de idade, realizou seu primeiro trabalho como seleiro, fazendo de presente uma malinha de couro cru para sua mãe guardar as joias. Transformou seu ofício em obra de arte ao unir o design do vaqueiro ao do cangaço, ganhando assim o reconhecimento das passarelas da moda brasileira. Francisco Graciano – Brejo Santo, no Ceará, é uma cidadezinha perto de Juazeiro do Norte, onde vive Francisco Graciano, também conhecido como Mozinho dos Bonecos, filho do artista Manuel Graciano Cardoso. Além de esculpir na madeira, leva para a tela a mesma temática dos animais e do sertão.
Humberto Aragão – famoso escultor mineiro, nascido em Belo Horizonte, em 1964. Formou-se em engenharia civil, mas exerceu a profissão por apenas três anos, quando passou a se dedicar apenas à arte da escultura. Humberto imprimiu um estilo próprio à sua obra. Suas peças apresentam cores fortes e vibrantes e algumas delas são articuladas. O resultado acabou se tornando uma das suas marcas registradas.
João Borges – o artista nasceu em Teresina-PI, mas mora na cidade maranhense de Timon. Seus trabalhos em cerâmica rebuscam temas do regionalismo. Ele faz surgir do barro delicadas figuras humanas carregadas de simplicidade nos gestos e atitudes e com um realismo marcante.
João Das Alagoas – João Carlos da Silva nasceu no município alagoano de Capela, zona da mata alagoana. É um mestre da cerâmica responsável por recriar o boi do bumba-meu-boi, peça tão comum na arte figurativa popular brasileira.
Luiz Benicio – autodidata e grande observador do sertão pernambucano, o Mestre Luiz Benício absorveu influências de todo o semiárido para formar seu traço. Premiado no Brasil e no exterior, é reconhecido como Mestre Artesão pelo Governo do Estado de Pernambuco.
Mano De Baé – nascido em 1979, Evilásio Leão Machado ou Mano de Baé como é conhecido, é da cidade de Tracunhaém, Pernambuco. Mano é um múltiplo artista pois traz consigo o talento hereditário de seu pai (Manoel Leão Machado) “Baé” na música e no artesanato em barro.
Maria Cícera – Suas esculturas apresentam traços semelhantes a pequenos totens; cabeças sobre uma base longitudinal. O entalhe, contudo, mantém a expressividade facial. A lista de “personagens” possíveis é ampla.
Maria da Cruz dos Santos – a artista herdou de sua mãe, Ana das Carrancas, a habilidade para reproduzir máscaras e carrancas com o barro retirado das margens do Rio São Francisco.
Mariano Neto – É neto de Conceição Freitas da Silva, criadora dos bugrinhos no final dos anos 60. Enquanto cada bugre da artista Conceição tem uma fisionomia, são rústicos e esculpidos a machadadas, únicos, os bugrinhos de Mariano são mais bem acabados.
Mano de Baé – Mano é filho do mestre Baé (artesão) e continua a arte em cerâmica do seu pai. Nascido em 1979, Evilásio Leão Machado ou Mano de Baé, como é conhecido, é um cidadão da cidade de Tracunhaém Pernambuco. Múltiplo artista, traz consigo o talento hereditário de seu pai na música e no artesanato em barro.
Marliete Rodrigues – filha caçula de um dos nomes mais importantes da arte figurativa popular do Brasil, o mestre Zé Caboclo. A artista nasceu em 1957 na cidade de Caruaru, Pernambuco. O contato de Marliete com a arte do barro começou muito cedo; quando mestre Vitalino morreu (1963) e descobriu que tinha um grande amor pelo trabalho. Hoje é uma das artistas mais valorizadas do Alto do Moura em Caruaru.
Mestre Fida – Valfrido de Oliveira Cezar, mais conhecido como Mestre Fida, nasceu em 1957 na comunidade Quilombola do Timbó, município de Garanhuns, Pernambuco. Faz esculturas em madeira, entre as quais a mais famosa e a que mais caracteriza sua obra é o homem-cata-vento, uma escultura articulada com braços grandes e pás sensíveis à ação do vento. Além de seus famosos cata-ventos, o artista esculpe ex-votos e utilitários de madeira e cestaria de cipó.
Nena Capela – Maria Eronildes Laurentino, a Nena, é uma das artistas novatas da cerâmica de Capela, Alagoas. Ela nasceu 1973 e é discípula, cunhada e prima de João das Alagoas, com quem começou a trabalhar em 2005.
Tiago Amorim – Sebastião Wilson Ferreira de Amorim, o Tiago Amorim, é um pintor, desenhista, escultor, ceramista e pesquisador pernambucano. Ele nasceu na cidade de Limoeiro em 1943, mas mora em Olinda. Com mais de 30 anos de vivência cotidiana com arte, já fez experiências com diferentes tipos e texturas de barro.
Mestre Vieira – um dos artistas escultores da Ilha do Ferro mais destacados da atualidade. Seguidor de Seu Fernando da Ilha do Ferro, começou a trabalhar com a madeira cedo, pois seu pai era um dos mais conhecidos construtores de barcos da região, além de escultor. Vieira retrata na madeira, pintada com tinta a óleo e cores quentes, barcos, animais, seres imaginários, homens e mulheres. A inspiração para o trabalho vem da própria região onde vive.
Willi De Carvalho – autodidata, deu seus primeiros passos como artista no campo do desenho, tendo feito ainda vários trabalhos com a técnica de nanquim. Seu processo criativo no mundo da escultura começou no quintal de sua casa, inventando o que brincar. Willi desde a adolescência se sentiu atraído pelo mundo da criação popular que envolve a realização das festas católicas.
Zezinho de Arapiraca – Foi nas artes que José Cícero da Silva descobriu seu verdadeiro ofício – usar madeira bruta para dar forma a coloridas imagens da natureza e do povo alagoano. O artista nasceu em 1967, em Arapiraca, agreste de Alagoas, cidade que lhe emprestou o nome pelo qual é conhecido. Uma das características marcantes de sua obra é o caráter lúdico, o que faz despertar tanto interesse das crianças.