Os arredores do Museu Abílio Barreto, onde fica a casa que deu origem à cidade de Belo Horizonte, foi tomada por centenas de pessoas interessadas nas especiarias da Feira de Produtos com Registro de Indicação Geográfica e Marca Coletiva, a última atividade da programação do III Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas, que se encerrou neste sábado (11), na capital mineira.
Cerca de 50 expositores apresentaram queijos, vinhos, doces, cervejas e diversos outros produtos de indicação geográfica (IG), denominação de origem (DO) ou de marca coletiva para degustação e compras pelo público em geral. As atividades se espalharam pelo jardim do museu e pelas duas ruas que contornam a instituição, num dia ensolarado e com música garantida por um DJ.
Havia expositores dos chamados “potenciais IG”, regiões com produtos que aguardam o registro do INPI ou estão no início do processo. A cajuína do Piauí, produto tradicional daquele estado feito a partir da seiva do caju, é um desses casos. A cajuína tem apenas indicação de procedência (IP). “É incrível a aceitação aqui de uma bebida do nordeste”, disse Bruna Alencar, responsável pelo quiosque da cajuína na feira. Ainda pela manhã a cajuína estava perto de acabar.
Houve bancas como a do queijo de búfala de Marajó (PA) que vendeu todos os produtos antes do meio-dia. O estande do toucinho prensado, outro produto em busca do IG, era um dos mais concorridos. Servia arroz campeiro com pedaços do toucinho e de socol, outro item da comitiva do Espírito Santo, uma espécie de presunto feito com carne de pescoço. O toucinho prensado é uma tradição secular do sul do Estado. É frito na banha de porco até dourar, depois vai para uma prensa utilizada para fazer queijo e de lá sai uma espécie de queijo de toucinho, que pode ser fatiado. “A feira é nosso primeiro movimento pelo produto e pela cultura culinária de lá”, disse o chef de cozinha Tico Tosi.
A presidente em exercício do Sebrae, Heloisa Menezes, fez um balanço positivo do evento. “Foi uma iniciativa inovadora que alcançou o público de ponta a ponta. Do pequeno produtor, passando pelo comerciante e chegando aqui, na feira, ao consumidor final. O desafio tecnológico veio para mostrar que é possível incluir a inovação e a tecnologia em todos os processos”, analisou. “Valorizar, de fato, a indicação geográfica, faz com que esses produtos atinjam um preço diferenciado, potencializando os negócios”, concluiu.