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Tite cumprimentou Amarilla em forma de protesto: “Fui cínico”
Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians
Entre a noite de quarta e a manhã desta quinta-feira, o assunto entre os fãs de futebol brasileiro foi um só: os erros das arbitragens sul-americanas contra times do Brasil. O prejudicado da vez foi o Cruzeiro, que teve Dedé expulso em lance completamente normal, mesmo com o uso do VAR (árbitro de vídeo).
Com mais uma decisão revoltante, desta vez do paraguaio Eder Aquino, a internet foi tomada pela revolta dos torcedores, que lembraram de outros casos. O mais famoso deles em 2013, quando Carlos Amarilla e sua equipe de arbitragem prejudicaram o Corinthians diante do mesmo Boca Juniors, beneficiado na noite desta quarta-feira. O caso, porém, não é o único envolvendo o Timão.
Focando apenas nos últimos anos e nos casos mais recentes, pelo menos três partidas da equipe alvinegra causaram revolta na Fiel, nos dirigentes e nos jogadores do clube. No ano em que o Corinthians venceu a Libertadores, por exemplo, Mário Gobbi desabafou de forma muito pesada contra as decisões do árbitro Jose Buitrago no embate contra o Emelec.
Em um exemplo ainda mais próximo, cabe lembrar outro desabafo, dessa vez de Fagner, que alertou para as injustiças da Conmebol e pediu a união dos times brasileiros – que não foi atendida. As reclamações foram direcionadas ao árbitro do jogo contra o Racing, na Copa Sul-Americana de 2017.
Relembre os casos recentes em que o Timão foi prejudicado em torneios da Conmebol
“P… que pariu” de Tite em Guayaquil
Jogo no Equador não teve muito critério da arbitragem
Daniel Augusto Jr./Fotoarena
No primeiro embate das oitavas de final da Libertadores de 2012, o Corinthians empatou sem gols com o Emelec, em Guayaquil, no Equador. Apesar do resultado bom longe de seus domínios, o então presidente alvinegro, Mário Gobbi, não saiu nada satisfeito com a arbitragem e a organização da Conmebol – o time não pôde treinar no campo e teve Jorge Henrique expulso injustamente.
“Não sei que mel que a Libertadores tem. Isso aqui é um povico, uma coisa medíocre, ridícula. Foi uma arbitragem dolosa, tendenciosa, nos prejudicou abertamente. Ele operou o Corinthians aqui. Essa é a libertadores que todos falam? Você vem aqui e não deixam treinar com bola. Eles vão em São Paulo e treinam no Pacaembu. Isso é uma várzea. Nem o varzeano de Jaú é tão ruim como isso aqui. É terra sem lei”, disse o mandatário.
“O Corinthians está indignado com a arbitragem que teve aqui hoje. Espero que não se repita mais isso. O que este homem, que se diz árbitro fez, é algo para o torcedor deixar de ir a campo. É uma vergonha. O grupo, a comissão e a diretoria estão revoltados“, completou.
E as reclamações não pararam por aí. Tite, que viria a ser campeão do torneio meses depois, também mostrou sua indignação com o árbitro colombiano. “Eu me senti envergonhado com a arbitragem. Fiquei profissionalmente envergonhado. P… que pariu“, afirmou em coletiva.
Dia escuro no Pacaembu
O árbitro paraguaio Amarilla ficou conhecido por polêmica arbitragem contra o Timão em 2013
Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians
O episódio mais dolorido e marcante de uma injustiça recente com um clube brasileiro aconteceu com o Corinthians. Pela Libertadores de 2013, Tite e seus comandados reencontraram o Boca e precisavam vencer para avançar. A tarefa, que já era difícil, ficou praticamente impossível com os erros de Carlos Amarilla e sua equipe de arbitragem.
Em 90 minutos, foram quatro erros cruciais do trio, que anulou gols legais e deixou de marcar pênaltis claros – relembre abaixo.
Momento ideal para relembrar Corinthians X Boca Juniors em 2013.Em 90 minutos:2 gols mal anulados2 pênaltis não marcados.Obs: em 21 minutos já era para estar 2 a 0pic.twitter.com/8OIb4o5cOh
— Vessoni (@Vessoni) 20 de setembro de 2018
A exemplo do que aconteceu no ano anterior, Tite não poupou críticas ao árbitro. Desde o ocorrido, o treinador já falou muito sobre o jogo, definindo-o como um “dia escuro” e como o momento mais sujo que já vivenciou no futebol.
“Tiveram dois pênaltis, dois gols legais (que o árbitro não deu) e nós sofremos um gol que o cara (Riquelme) foi cruzar. Tem certas coisas que o futebol… Não gostaria de encontrar nunca mais o Amarilla, para o resto da minha vida. Não quero mais ver esse cara em nenhum lugar. Vai trabalhar em outro local”, disse o técnico, em entrevista à Band na época.
A atuação de Amarilla é ainda mais polêmica por áudios vazados em que Julio Grondona, ex-presidente da Associação de Futebol Argentino, influencia a Conmebol na escolha do árbitro. O paraguaio, vale lembrar, assumiu seu erro em 2015 e mandou recado aos alvinegros.
É preciso se unir
Fagner se revoltou com arbitragem diante dos argentinos
Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians
O caso mais recente em que o Timão foi prejudicado num torneio da Conmebol aconteceu no ano passado. Ainda comandado por Carille, o Corinthians acabou eliminado da Sul-Americana após empate sem gols com o Racing, na Argentina. Chama atenção o fato da equipe ter tido dois expulsos – Rodriguinho e Jô – enquanto os donos da casa saíram ilesos, mesmo com uma agressão a Romero.
Na saída de campo, quem demonstrou a revolta de todo o elenco foi Fagner. Mais do que questionar o árbitro uruguaio Leondan González, o lateral bateu firme na Conmebol e pediu a união dos brasileiros para mudar essa situação – fato que não aconteceu.
“Simplesmente o juiz o jogo todo apitou para eles. Falta que dava do Jô não dava do zagueiro, do atacante adversário. O jogo todo ele dando falta para eles. O cara chutou a cara do Romero e ele não deu cartão vermelho. O Rodriguinho foi em uma dividida e ele expulsou o Rodriguinho”, argumentou, enfurecido, o camisa 23 do Corinthians.
“Isso é errado. O brasileiro sai do Brasil totalmente desprotegido. O futebol brasileiro tem que se unir e ir contra a Conmebol. Isso é uma vergonha! A gente vem aqui e toma tapa na cara, um monte de coisa. Somos pais de família“, esbravejou.
O embate de ida entre Corinthians e Racing ainda merece um parenteses: foi o único jogo do Timão apitado por Eder Aquino, árbitro que cometeu o erro desta quarta-feira, contra o Cruzeiro, diante do Boca Juniors.
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Libertadores da América, Erros de arbitragem e Copa Sul-Americana.