O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,09% em setembro, mostrando leve desaceleração em relação à taxa de agosto (0,13%). Esta é a menor taxa para um mês de setembro desde 2006, quando o índice foi de 0,05%, além de ser, também, a menor variação mensal de 2018. O IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado por trimestre, ficou em 0,86%, acima da taxa de 0,28% registrada em igual período de 2017. A variação acumulada no ano foi de 3,23% e, em relação aos últimos 12 meses, o índice ficou em 4,28%, ligeiramente abaixo dos 4,30% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2017, a taxa foi de 0,11%.
PERÍODO
TAXA
set/18
0,09%
ago/18
0,13%
set/17
0,11%
Acumulado no ano
3,23%
Acumulado 12 meses
4,28%
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Alimentação e Bebidas (-0,41%) caiu de agosto para setembro, contribuindo com -0,10 ponto percentual (p.p.) de impacto no índice. Nos demais grupos, destacam-se Despesas Pessoais (0,46%) e Habitação (0,30%), que contribuíram com 0,05 p.p. de impacto cada, além de Transportes (0,21%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,26%), com 0,04 p.p. e 0,03 p.p., respectivamente.
IPCA-15 e IPCA-E – Variação e impacto nos grupos
Grupo
Variação Mensal (%)
Impacto
Variação Acumulada (%)
(p.p.)
Julho
Agosto
Setembro
Setembro
Trimestre
12 meses
Índice Geral
0,64
0,13
0,09
0,09
0,86
4,28
Alimentação e Bebidas
0,61
0,03
-0,41
-0,10
0,23
2,32
Habitação
1,99
1,10
0,30
0,05
3,42
7,70
Artigos de Residência
0,36
0,54
0,32
0,01
1,22
1,22
Vestuário
-0,14
-0,39
0,00
0,00
-0,53
1,09
Transportes
0,79
-0,87
0,21
0,04
0,12
6,05
Saúde e Cuidados Pessoais
-0,08
0,55
0,26
0,03
0,73
5,49
Despesas Pessoais
0,34
0,32
0,46
0,05
1,12
3,45
Educação
-0,06
0,23
0,10
0,01
0,27
5,06
Comunicação
0,05
0,02
0,02
0,00
0,09
0,51
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.
O grupo Alimentação e bebidas, após subir em agosto (0,03%), registrou deflação em setembro (-0,41%), por conta do grupamento da alimentação no domicílio, que caiu -0,70%. Esse resultado foi influenciado pela redução nos preços da cebola (-18,51%) e da batata-inglesa (-13,65%), que vieram em queda pelo terceiro mês consecutivo, além do leite longa vida (-6,08%) e das carnes (-0,97%).
A alimentação fora (0,12%), por sua vez, desacelerou em relação à taxa registrada em agosto, que havia sido de 0,84%. Destacam-se a refeição (de 0,67% em agosto para 0,06% em setembro) e o lanche (1,63% em agosto para 0,06% em setembro).
O grupo Despesas Pessoais apresentou-se com a maior variação entre os grupos no mês de setembro (0,46%), por conta dos reajustes ocorridos nos preços do cigarro (1,80%), em Porto Alegre (3,37%), Curitiba (3,09%) e São Paulo (3,07%). Também impactaram no resultado do grupo os itens serviço bancário (2,03%) e empregado doméstico (0,36%).
Na Habitação (0,30%), o destaque ficou com a energia elétrica (0,34%), que apresentou variação positiva pelo sétimo mês consecutivo, mostrando desaceleração em relação ao mês anterior (3,59%). Tanto no ano (13,28%) quanto nos últimos 12 meses (19,01%), a energia elétrica foi o segundo maior impacto no IPCA-15 (0,49 p.p. e 0,67 p.p., respectivamente), ficando atrás apenas da gasolina (0,49 p.p. e 0,73 p.p., respectivamente). Cabe destacar que, em setembro, está em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, incidindo a cobrança adicional de R$ 0,05 a cada kwh consumido.
Ainda na Habitação, o gás encanado (0,78%) reflete o reajuste de 2,52% nas tarifas no Rio de Janeiro (1,49%), em vigor desde 1º de agosto. Além disso, a alta na taxa de água e esgoto (0,71%) ocorreu em razão dos reajustes nas seguintes áreas pesquisadas:
– Belém (4,19%) – reajuste de 9,98% a partir de 1º de setembro;
– Rio de Janeiro (3,44%) – reajuste de 5,94% a partir de 1º de agosto;
– Belo Horizonte (2,16%) – reajuste de 4,31% a partir de 1º de agosto.
Após a queda de 0,87% registrada em agosto, o grupo dos Transportes subiu 0,21% em setembro. Esse resultado foi influenciado, principalmente, pela passagem aérea (de -26,01% em agosto para 17,12% em setembro), maior impacto individual no índice do mês (0,05 p.p). Os combustíveis (-0,19%), por sua vez, caíram pelo terceiro mês consecutivo, embora a redução dos preços tenha sido menos acentuada que nos meses anteriores. Gasolina (-0,07%) e etanol (-1,36%) contribuíram para a queda de setembro, enquanto o óleo diesel, que havia apresentado deflação em agosto (-0,50%), subiu 2,41%. Cabe ressaltar que a Petrobras autorizou reajuste de 13,00% no valor do óleo diesel nas refinarias a partir de 31 de agosto.
No grupo Saúde e cuidados pessoais (de 0,55% em agosto para 0,26% em setembro), a desaceleração veio por conta de higiene pessoal (de 1,20% em agosto para -0,49% em setembro). No lado das altas, destaca-se o item plano de saúde (0,81%).
Os demais grupos de produtos e serviços ficaram entre 0,00%, no grupo Vestuário – que apresentou estabilidade de preços de agosto para setembro –, e 0,32%, nos Artigos de residência.
Quanto aos índices regionais, a região metropolitana de Salvador (-0,42%) apresentou o menor resultado, em razão das quedas nos preços da cebola (-39,38%), da farinha de mandioca (-18,55%), do etanol (-5,03%) e da gasolina (-2,37%). O município de Goiânia (0,53%) apresentou o maior resultado, influenciado pelos itens passagem aérea (34,40%), arroz (6,59%) e energia elétrica (3,35%). A tabela a seguir apresenta os resultados por região pesquisada.
IPCA-15 e IPCA-E – Variação nas regiões
Região
Peso Regional (%)
Variação Mensal (%)
Variação Acumulada (%)
Julho
Agosto
Setembro
Trimestre
12 Meses
Goiânia
4,44
0,36
0,05
0,53
0,94
5,39
Brasília
3,46
0,74
-0,23
0,36
0,87
3,81
Belo Horizonte
11,23
0,74
0,06
0,18
0,98
4,26
Curitiba
7,79
1,01
-0,26
0,18
0,93
4,00
São Paulo
31,68
0,77
0,44
0,16
1,38
5,06
Belém
4,65
0,07
-0,19
0,07
-0,05
2,07
Porto Alegre
8,40
0,48
0,10
0,05
0,63
4,76
Rio de Janeiro
12,46
0,57
0,03
0,02
0,62
4,09
Fortaleza
3,49
0,33
-0,25
-0,03
0,05
3,12
Recife
5,05
0,72
-0,06
-0,21
0,45
2,95
Salvador
7,35
0,40
0,24
-0,42
0,22
3,53
Brasil
100,00
0,64
0,13
0,09
0,86
4,28
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 14 de agosto a 13 de setembro de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 13 de julho a 13 de agosto de 2018 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.