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Mateus Vital fez bom jogo diante do Internacional neste domingo
Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians
Após vencer o Sport por 2 a 1 e ter a semana livre para treinos, o Corinthians recebeu o Internacional novamente na Arena e o resultado foi de 1 a 1, em gol sofrido em um lance de impedimento. O Meu Timão explica os motivos do empate para o torcedor corinthiano.
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Sem poder utilizar Roger na Copa do Brasil e também pelo desempenho ruim do centroavante, Jair Ventura já vinha esboçando uma escalação desde o início da semana sem a utilização de um homem de referência. E a tendência foi confirmada, quando até mesmo Romero não se posicionou nesta posição na primeira etapa. O Timão foi formado por: Cássio; Fagner, Léo Santos, Henrique e Danilo Avelar; Gabriel e Douglas; Romero, Jadson, Mateus Vital e Clayson. Inicialmente desenhado em um 4-2-4, o Corinthians demonstrou variações táticas ao longo da partida.
Primeiro tempo
Reprodução / Premiere
O que se viu em boa parte da primeira etapa foi um verdadeiro 4-1-4-1, com Gabriel sendo o primeiro volante, Douglas e Mateus Vital meias interiores pelo lado direito e esquerdo, respectivamente, além de Romero e Clayson nas pontas. Jadson era o meia mais avançado da equipe, jogando, em alguns momentos, como falso 9, o que fez com que o camisa 10 chegasse com mais frescor à área.
Muito disso se deu por conta da movimentação de Mateus Vital. O jovem de 20 anos deu mais dinâmica à equipe, como pedido pelo treinador corinthiano à beira do campo antes da bola rolar. Com melhores transições ofensivas, contra-ataques mais rápidos e Jadson não tendo a necessidade de buscar a bola na base da jogada, as jogadas fluíram de maneira mais eficiente, o que fez com que o Corinthians realizasse ótimos 15 minutos iniciais. A melhor chance do primeiro tempo se deu assim, com chute rasteiro de Fagner, o qual obrigou o goleiro adversário a fazer grande defesa – veja a jogada abaixo.
Reprodução / Premiere
O retorno do lateral-direito do Corinthians também deu mais mobilidade e profundidade ao Timão. Apesar dos avanços promissores de Fagner, o Corinthians realizou diversos escapes pelo flanco direito e, em grande maioria, errou todas as tentativas que tentou. Com a falta de um centroavante na área, o time de Jair Ventura tentou cruzamentos rasteiros na entrada da área, mas não teve sucesso. Além disso, é um claro entendimento de que sem um pivô para receber bolas, outras alternativas precisam ser pensadas. Com o passar do tempo, é possível que os jogadores se entendam para executar melhor este tipo de lance – veja a imagem abaixo.
Reprodução / Premiere
Entretanto, há de se ressaltar o lado defensivo do Corinthians, visto que a melhora é visível desde a chegada do novo treinador corinthiano. Defendendo no próprio campo, impedindo ações de ataque do adversário, além da transição defensiva, o que faz com que o time sofra muito menos em contra-ataques. A cobertura vem sendo melhor executada e a equipe se recompõe de maneira mais organizada. Gabriel teve boa atuação na tarde deste domingo, com desarmes e interceptações precisas.
Reprodução / Premiere
Apesar da melhora pelo chão, o Corinthians ainda apresenta dificuldades pela bola aérea. E foi assim que saiu o gol de Leandro Damião – diga-se, impedido, assim como é mostrado na imagem acima. E, após o gol sofrido, a equipe de Jair Ventura começou a apresentar defeitos comuns que vêm sendo cometidos muito antes da sua chegada – diversos erros de passe, sobretudo no ataque, e falta de finalizações a gol.
O Internacional, que possui seus méritos, afinal é o segundo colocado no disputado Brasileirão, tem a segunda melhor defesa da competição, o que fez com que a marcação e o sistema defensivo bem encaixado minassem as chances do Corinthians na primeira etapa.
Segundo tempo
Sem mudanças para o segundo tempo, o Corinthians voltou, ao menos, com marcação alta e tentando roubar a bola já no seu campo de ataque. Douglas, que participou mais da construção nos primeiros 45 minutos, com dois chutes na meta adversária, foi, inclusive, o autor da falta que originou o cruzamento para o gol do oponente. Entretanto, como o futebol é muito dinâmico, o mesmo Douglas tratou de empatar o jogo com gol de cabeça. No lance, Jadson bateu escanteio pela direita e Romero ainda desviou no travessão.
Com a igualdade alcançada já nos primeiros minutos, a equipe de Jair Ventura mostrou um poder de reação interessante, o que não vinha sendo demonstrado anteriormente, com Osmar Loss. Além do gol de empate, o Timão buscou sufocar o rival. E foi o que aconteceu por quase metade do segundo tempo, quando o Internacional não ocupava o campo ofensivo e se retraía muito, pois o Corinthians possuía maior profundidade.
A primeira alteração de Jair, contudo, fez com que o Corinthians perdesse maior capacidade de transição. Mateus Vital deu lugar a Pedrinho, que se posicionou na direita. Com isso, Romero foi atuar como centroavante, mas o meio de campo foi sendo, lentamente, dominado pelo Internacional, que marcava Jadson de perto e, assim, a criação era inexistente; no ataque, já tinha mais chances de avanços, justamente pela postura mais retraída que o Corinthians adotava mesmo com a entrada de um ponta.
Observando o defeito, Jair Ventura trocou Douglas por Araos, mas o chileno pouco pegou na bola, acrescentou muito pouco ofensiva e defensivamente. A última alteração foi a saída de Romero para o lugar de Emerson Sheik, outro que quase não tocou na bola.
Reprodução / Premiere
A jogada ilustrada acima apenas mostra que, sem um centroavante, os homens de meio e pontas precisam se movimentar no ataque para infiltrar na área, o que nem sempre é possível, tanto por característica dos jogadores, quanto por posicionamento.
Outro ponto necessário a ser dito é que o Corinthians acaba ficando muito “torto” em boa parte dos jogos – Fagner está no clube há mais de quatro anos e meio e, com isso, entende os caminhos do campo pela direita, facilitando jogadas pelo seu lado; Danilo Avelar, por sua vez, demonstra dificuldades nítidas no apoio, além dos muitos passes errados, o que acaba prejudicando o desempenho de Clayson, muito sobrecarregado pela ponta – Jair viu o problema e em razão disso deu sustentação pelo lado esquerdo ao usar Mateus Vital desde o início.
Com os dois times aparentemente satisfeitos com o resultado, não houve muita pressão dos lados em busca de um resultado favorável. O empate acabou freando a possibilidade de uma segunda vitória seguida do Corinthians, mas há de ser entendido que o rival possui qualidades e por isso é o vice-líder do torneio.
O Corinthians de Jair Ventura, contudo, mostra competitividade e luta, dando mais trabalho e sendo menos passivo em relação aos rivais. Tais fatores são fundamentais em campeonatos mata-mata. O Timão joga o restante da temporada já nesta quarta-feira, diante do Flamengo, pela volta da Copa do Brasil.
As deficiências e limitações do time já são entendidas pelo treinador, que vai tentando construir seu estilo ao montar a equipe. Com tais detalhes, o Corinthians precisa reconhecer o que será necessário para vencer o Flamengo e sair classificado à final da Copa do Brasil, visto que, o clube em si sabe que dificilmente conseguirá algo melhor no Campeonato Brasileiro.
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Jair Ventura e Campeonato Brasileiro.