O empreendedorismo está impregnado na rotina do brasileiro. Em 2017, o Brasil registrou uma taxa empreendedora de 36,4%, de acordo com dados da Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Isso significa que, no ano passado, quase 50 milhões de brasileiros já empreendiam ou realizaram alguma ação visando a criação de um negócio em um futuro próximo. Para 2019, de acordo com análises feitas pelo Sebrae a partir de dados da Receita Federal, a expectativa é de que sejam criadas 1,5 milhão de novas empresas – considerando os microempreendedores individuais, as microempresas e as empresas de pequeno porte. Esses números reforçam o papel que o empreendedorismo tem na vida dos brasileiros, tanto para aqueles que pensam em abrir o próprio negócio para realizar um projeto de vida, quanto para os que se viram forçados a seguir este caminho por necessidade.
O Sebrae vem monitorando o comportamento do mercado ao longo dos anos e já identificou que o cenário de crise econômica que o país tem atravessado estimula a abertura de empresas principalmente nas atividades de manutenção e reparação de bens duráveis. Além disso, mesmo em um contexto recessivo, abrir um pequeno negócio para o atendimento de necessidades básicas da população, como vestuário e alimentos, continua sendo uma alternativa promissora. “Temos percebido um aumento na preocupação com a aquisição de produtos e serviços de melhor qualidade e de serviços associados às mudanças de longo prazo da sociedade, em especial, nas áreas de saúde – devido ao público consumidor que está envelhecendo, bem como de educação e informática. Também notamos o expressivo crescimento das chamadas startups, que estão oferecendo soluções inovadoras tanto para antigas como para as novas demandas do consumidor”, comenta o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos. Segundo ele, a força dos pequenos negócios na geração de emprego e renda está mais que comprovada a partir dos dados mensais gerados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Por isso, ressalta, é importante continuar aprimorando o ambiente de negócios e os marcos legais voltados para as pequenas empresas de modo a estimular a criação de novos empreendimentos.
Negócios Promissores
A Wild Closet é uma startup do ramo de vestuário, atenta às novas tendências do consumo sustentável e consciente. A empresa consiste em um clube de assinatura fashion, focado na conscientização da economia colaborativa e com o objetivo de aumentar ao máximo a vida útil das roupas, evitando o descarte e o consumo excessivo de recursos naturais para a produção. A startup disponibiliza um closet compartilhado com roupas e acessórios, que funciona como um aluguel. Ao escolherem um dos pacotes, as interessadas têm acesso ao acervo, retiram as peças e podem ficar por até sete dias. Para Natália Desidério, sócia e proprietária, o papel do Sebrae foi fundamental para dar apoio e agregar conhecimento para o seu empreendimento, sua primeira empresa, criada em novembro de 2017.
Simples Nacional
O Simples é um regime tributário facilitado e simplificado para micro e pequenas empresas, que permite o recolhimento de todos os tributos federais, estaduais e municipais em uma única guia. O modelo de tributação garante aos pequenos negócios o tratamento diferenciado previsto na Constituição. Além da unificação dos tributos, o sistema destaca-se ainda como fator de desempate para empresas que concorrem a licitações do governo e facilita o cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias por parte do contribuinte. Para optar pelo Simples Nacional, as microempresas e empresas de pequeno porte devem estar isentas de débitos da Dívida Ativa da União ou do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).