O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentou variação de 0,58% em outubro, ficando 0,49 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de setembro (0,09%). Configura-se no maior resultado para um mês de outubro desde 2015 (0,66%). A variação acumulada no ano foi de 3,83% e, em relação aos últimos doze meses, o índice ficou em 4,53%, acima dos 4,28% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2017, a taxa foi de 0,34%.
Período
TAXA
Outubro de 2018
0,58%
Setembro de 2018
0,09%
Outubro de 2017
0,34%
Acumulado no ano
3,83%
Acumulado nos 12 meses
4,53%
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, Alimentação e Bebidas (0,44%) e Transportes (1,65%) apresentaram forte aceleração de setembro para outubro, conforme pode ser observado na tabela abaixo. Estes dois grupos respondem por cerca de 70% do IPCA-15 do mês. Os demais grupos oscilaram entre o 0,01% de Comunicação e o 0,66% de Saúde e Cuidados Pessoais.
IPCA-15 – Grupos – Variação e Impacto
Grupo
Variação (%)
Impacto (p.p.)
Setembro
Outubro
Setembro
Outubro
Índice Geral
0,09
0,58
0,09
0,58
Alimentação e Bebidas
-0,41
0,44
-0,10
0,11
Habitação
0,30
0,15
0,05
0,02
Artigos de Residência
0,32
0,49
0,01
0,02
Vestuário
0,00
0,28
0,00
0,02
Transportes
0,21
1,65
0,04
0,30
Saúde e Cuidados Pessoais
0,26
0,66
0,03
0,08
Despesas Pessoais
0,46
0,22
0,05
0,02
Educação
0,10
0,21
0,01
0,01
Comunicação
0,02
0,01
0,00
0,00
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.
O grupo Alimentação e bebidas, após a queda apresentada em setembro (-0,41%), registrou aceleração nos preços em outubro (0,44%), por conta do grupamento da alimentação no domicílio, que apresentou alta de 0,52% frente a queda de 0,70% de setembro. Esse resultado foi influenciado pela alta nos preços de alguns itens como tomate (16,76%), frutas (1,90%) e carnes (0,98%). Por outro lado, a cebola (-8,48%), o leite longa vida (-4,10%) e os ovos (-2,26%) permanecem com queda de preços.
A alimentação fora também acelerou de setembro (0,12%) para outubro (0,30%), com destaque para as altas no lanche (0,06% em setembro para 0,74% em outubro) e na refeição (de 0,06% em setembro para 0,26% em outubro).
O grupo dos Transportes apresentou a maior variação entre os grupos no mês de outubro (1,65%) por conta dos combustíveis que, após a queda de 0,19% de setembro vieram, em outubro, com alta de 4,74%. O litro da gasolina, item com maior impacto individual no índice do mês com 0,21 p.p., ficou mais caro, em média, 4,57%, com as regiões pesquisadas variando entre os 2,70% da região metropolitana de Belém e os 6,72% da região metropolitana de Recife. O litro do etanol subiu, em média, 6,02% em outubro. Tanto a gasolina quanto o etanol haviam registrado, no mês anterior, variação negativa de preços: -0,07% e -1,36%, respectivamente. Já o óleo diesel, que em setembro havia subido 2,41%, acelerou em outubro, atingindo 5,71%.
Em Saúde e Cuidados Pessoais, que registrou 0,66% de variação e 0,08 p.p. de impacto no índice, sobressaem os itens higiene pessoal (de -0,49% em setembro para 1,50% em outubro) e o plano de saúde (de 0,81% em setembro para 0,75% em outubro). Este último reflete a apropriação da fração mensal dos reajustes a serem aplicados nos planos individuais antigos – aqueles com contratos vigentes anteriores a 1999. O resultado contempla a fração mensal do reajuste, descontando a variação apropriada nos meses de julho a setembro.
Na Habitação (0,15%), a variação de 0,08% no item taxa de água e esgoto reflete o reajuste de 9,98%, em Belém (5,56%), em vigor desde 1º de setembro. Já no item gás encanado (1,26%) a variação contempla o reajuste de 14,89% nas tarifas em Curitiba (14,89%), a partir de 14 de setembro. Ainda no grupo Habitação, o item energia elétrica apresentou variação de -0,08% em outubro, frente a taxa de 0,34% de setembro.
Quanto aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas apresentaram aceleração no nível de preços de setembro para outubro, conforme pode ser observado na tabela a seguir. A região metropolitana de Pernambuco (0,35%) apresentou o menor resultado, em razão da queda de 2,33% registrada na energia elétrica. O maior resultado foi na região metropolitana de Porto Alegre (0,91%) influenciado pela gasolina (4,50%).
IPCA-15 – Regiões
Região
Peso Regional (%)
Variação Mensal (%)
Variação acumulada (%)
Setembro
Outubro
Ano
12 meses
Porto Alegre
8,40
0,05
0,91
4,57
5,51
Curitiba
7,79
0,18
0,78
3,97
4,13
Salvador
7,35
-0,42
0,75
3,77
3,64
Brasília
3,46
0,36
0,65
3,13
4,26
Goiânia
4,44
0,53
0,59
3,10
5,36
São Paulo
31,68
0,16
0,58
4,16
5,20
Fortaleza
3,49
-0,03
0,57
2,94
3,13
Belém
4,65
0,07
0,50
2,19
2,35
Rio de Janeiro
12,46
0,02
0,42
3,95
4,61
Belo Horizonte
11,23
0,18
0,40
4,12
4,42
Recife
5,05
-0,21
0,35
2,94
3,39
Brasil
100,00
0,09
0,58
3,83
4,53
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema. Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 14 de setembro a 11 de outubro de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de agosto a 13 de setembro de 2018 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.