A economia sustentável deverá ser, nos próximos anos, um dos pilares do agronegócio e um dos redutores de perdas no campo, e dos desperdícios, segundo avaliação de especialistas que participaram, nesta quarta-feira (14), da oficina “Construindo caminhos para o avanço da bioeconomia brasileira – Desafios em segurança alimentar e nutricional”, realizada pela Embrapa. O diretor Administrativo e Financeiro do Sebrae, Vinícius Lages, um dos debatedores, defendeu, no encontro uma articulação entre todas as entidades que tratam do tema, assim como organismos internacionais.
Vinícius Lages lembrou de várias ações do Sebrae que envolvem a bioeconomia e a segurança alimentar, mas ressaltou que é necessário um trabalho conjunto. “A Bioeconomia é um dos importantes eixos de crescimento do país. É importante aliar inovação, sustentabilidade e mercado como forma de inserir os pequenos negócios nesta agenda”, destacou o diretor, lembrando que o Sebrae também adotou políticas envolvendo a valorização de produtos regionais, que passaram a ser reconhecidos pelos locais de origem, como a cachaça fabricada em algumas cidades mineiras, assim como o queijo, e o café, entre outros. Para Alan Bojanic, representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a bioeconomia é uma das alternativas para que mudar atitudes. “Estamos desperdiçando muita água, energia e alimentos, por isso precisamos fazer uma nova agricultura”, observou. “É preciso que o setor privado também interaja mais com a pesquisa”, ressaltou Gustavo Porpino, da Secretaria de Inovação e Negócios da Embrapa, mediador do debate, que usou o mesmo argumento da analista sênior do Banco Mundial, Maria de Fátima Amazonas e da secretária-adjunta de Segurança Alimentar, Lilian Rahal. O representante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Paulo Milani, considera que é necessária a criação de agentes locais de inovação rural para pequenas agroindústrias. “É uma iniciativa que o Sebrae conhece bem nas áreas urbanas”, afirmou Milani. “Existem também outras medidas que foram incentivadas pelo Sebrae, como as marcas coletivas e as indicações geográficas”, acrescentou o técnico. Os resultados dos debates serão utilizados pela Embrapa como insumo em seu processo de orientação estratégica para impactos desejados, e podem, também, contribuir com elementos de embasamento para uma eventual estratégia nacional de bioeconomia.