Neste sábado (17/11), às 19h (de Brasília), Corinthians e Vasco se enfrentam na Arena, em Itaquera, pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro. Entre partidas pela principal competição nacional, Copa Libertadores da América e até mesmo Flórida Cup, torneio de pré-temporada realizado nos Estados Unidos, já são oito anos sem vitória cruzmaltina no confronto. A última, que teve placar de 2 a 0, ocorreu no dia 13 de outubro de 2010, em São Januário, pelo Brasileirão daquele ano (curiosamente, Paulo César Gusmão, hoje coordenador técnico vascaíno, era o treinador naquela ocasião). Para relembrar, sob a ótica vascaína, esse referido jogo e as disputas interessantíssimas protagonizadas pelo Gigante da Colina e o Alvinegro do Parque São Jorge ao longo desse período, além de outros assuntos, o TORCEDORES.COM conversou, com exclusividade, com Eder Luis, ex-atacante do Vasco. Confira:
1 – Você marcou um dos gols na última vitória do Vasco sobre o Corinthians, aquele 2 a 0 em São Januário, pelo Campeonato Brasileiro de 2010. O que lembra desse lance e da partida em si?
“Lembro que esse jogo foi em meu primeiro ano de Vasco. Cheguei ao clube vindo do Benfica-POR, no meio do ano, junto com o Fellipe Bastos, e foi justamente a temporada em que tive melhor média de gols pelo Vasco (0,33; em 27 jogos, nove gols). Nessa partida contra o Corinthians, tínhamos um ataque bastante rápido e de movimentação, (Eder Luis e Zé Roberto), com o Felipe no meio nos alimentando. Com toda a visão de jogo que ele tinha, conseguiu encaixar um passe milimétrico por trás do lateral-direito do Corinthians (Alessandro). Eu entrei nas costas dele e só precisei tirar do goleiro (Júlio César).”
2 – Como você falou, 2010 foi justamente o seu primeiro ano de Vasco. Além de você, o então presidente Roberto Dinamite investiu em outras contratações de peso no meio do ano, como Felipe e Zé Roberto, sem contar outros jogadores de bom potencial que já estavam no elenco, como, por exemplo, Carlos Alberto, Fernando Prass, Fagner, Nilton, Rafael Carioca Allan e Dedé despontando Enfim, sem dúvidas era um plantel qualificado. O que acha que faltou ao Vasco para conseguir uma melhor colocação naquele Brasileirão (terminou em 11°)?
“Entrosamento leva tempo, é necessário se acostumar com a forma de jogar de cada um. Mas sabíamos que aquele time iria dar liga’, como deu no ano seguinte.”
3 – Ainda falando sobre o confronto Corinthians x Vasco, você esteve presente em alguns momentos/jogos marcantes recentes, como, por exemplo, a disputa ponto a ponto’ pelo título brasileiro de 2011, decidida somente na última rodada, com o time paulista campeão, e as quartas de final da Libertadores 2012, onde o Cruzmaltino acabou eliminado, em duas partidas bastante acirradas. Na sua opinião, o que faltou ao Vasco para obter sucesso em ambas as ocasiões?
“Em 2011, fizemos um ótimo campeonato, liderando boa parte do torneio, mas infelizmente não conseguimos sair com o título. Fica até hoje um sentimento de frustração, pois aquele grupo merecia. Já em relação à Libertadores de 2012, acho que faltou sorte (risos). Dominamos as duas partidas, os 180 minutos de jogo. No jogo de ida, inclusive, Alecsandro fez um gol que a arbitragem anulou
4 – É impossível falar com você e não recordar a Copa do Brasil de 2011, na qual você teve papel importantíssimo na conquista do Vasco, com ótimas atuações, além, é claro, de ter participado diretamente dos dois gols no jogo do título, em Curitiba. Considera este o principal gol de sua carreira? Quais principais recordações tem daquela noite?
“Com certeza. Ali tínhamos que fazer algo inusitado, tirar um coelho da cartola’. Lembro que no final do jogo estávamos tensos e doidos para que acabasse logo. Foi inesquecível.”
5 – E como era o ambiente entre o elenco? Qual jogador era o mais próximo seu?
“O ambiente era muito bom. Grupo muito qualificado. O mais próximo era o Diogo Silva (goleiro), que até hoje temos uma amizade forte. Alecsandro e Fagner também.”
6 – Você passou alguns anos no Vasco. Como avalia as gestões pelas quais esteve presente?
“Na minha passagem pelo Vasco, felizmente o momento político era travado’ pelos dirigentes, fazendo com que não nos atrapalhasse dentro de campo. Tínhamos tranquilidade para desempenhar nosso papel somente dentro de campo.”
7 – Dois mil e dezessete foi seu último ano no clube. Ao longo de todo a temporada, você jogou apenas oito partidas e fez somente um gol, por coincidência justamente contra o Corinthians, na Flórida Cup, em janeiro. Em dezembro, no último jogo do Campeonato Brasileiro, contra a Ponte Preta, em São Januário, você entrou em campo, no segundo tempo, até como uma homenagem do então técnico Zé Ricardo a todo o seu tempo de casa e serviços prestados ao Vasco. Como foi para você esse momento final com a camisa cruzmaltina e a satisfação de ajudar a levar o clube de volta à fase de pré-Libertadores após cinco anos de ausência da competição continental?
“Realmente, foi uma temporada na qual eu joguei muito pouco. Mas acredito que minha contribuição para o Vasco ao longo de todos os anos em que estive no clube foi muito mais positiva do que negativa. Sobre esse último jogo, foi um momento legal, onde pude me despedir da torcida. Agradeço ao Zé Ricardo pela oportunidade de ter me colocado e ajudado o Vasco a sair com a vitória, levando o clube de volta a uma competição da qual ele deveria estar sempre participando, que é a Libertadores.”
8 – Por fim, uma mensagem ao torcedor vascaíno.
“O Vasco é um clube pelo qual tenho muito carinho e felicidade em ter feito parte da história. Para toda a torcida vascaína, um grande abraço do Eder Luis.”
Éder Luís quando jogava pelo Vasco
Fonte: Torcedores.com