No próximo ano teremos novamente eleições, as municipais, quando serão eleitos –ou reeleitos– prefeitos e vereadores. As eleições gerais (presidente da República, governadores, duas das três vagas ao Senado e deputados federais e estaduais) realizadas em 2018 devem servir de parâmetros para as próximas, onde ficou caracterizado que em política, hoje é menos marketing, mais comunicação.
Marcelo Vitorino, consultor e professor de comunicação e marketing político pela ESPM e pela Presença Online, que assina coluna todas às quintas-feiras no jornal “Correio Braziliense” publicou artigo com o título “A nova política: menos marketing, mais comunicação” que deve ser lido e analisado pelos políticos e assessores que estarão na disputa eleitoral do próximo ano. É uma lição sobre o assunto.
Mais do que nunca as eleições de 2018 demonstraram a força da comunicação, no caso, através das redes sociais, com destaque para o “ZapZap”, que foi fundamental na ligação com o novo público-eleitor. Tablóides, revistas e folhetos não fazem mais parte de uma campanha política com propósitos de sucesso.
Lideranças consolidadas em vários Estados ficaram fora da lista dos eleitos em 2018, porque confundiram marketing com comunicação. A enorme renovação no Senado e na Câmara Federal demonstra isso. E Rondônia está neste contexto, pois lideranças consolidadas como Valdir Raupp e Marinha Raupp, ambos do MDB obtiveram votações anêmicas, uma surpresa para eles, mas não para o eleitor da era moderna, que não precisa levar o Título de Eleitor para votar, basta o digital e o seu celular.
Em trecho do seu artigo, o professor Marcelo Vitorino diz: “infelizmente, muitos não entenderam bem os elementos dessa mudança. Preferiram entender que esse cenário é fruto “dessa coisa de internet”, da tal “rede social” e, principalmente, do “ZapZap”. Um pensamento um tanto quanto reducionista que leva o político ao autoengano, a não enxergar que o marketing precisa andar de mãos dadas com a comunicação”.
As mudanças já foram constatadas nas eleições anteriores as de 2018, as de 2016 (prefeito e vereador), quando Hildon Chaves, do PSDB, se elegeu prefeito de Porto Velho, e que nunca tinha participado da política. Venceu já no primeiro turno o jovem deputado estadual, hoje deputado federal mais bem votado do Estado (69.565 votos) Léo Moraes, atual presidente regional do Podemos, na época no PTB, que se preocupou mais com o marketing, que a comunicação. Errou, mas se adequou em 2018, por isso o seu sucesso nas urnas e também do jovem, Marcos Rogério (DEM), ex-deputado federal e hoje senador, eleito com expressivos 324.939 votos.
O Horário Eleitoral Gratuito era o grande mote dos candidatos, mais para os que formatavam coligações fortes, para conseguirem maior tempo de exposição no rádio e na TV. Hoje o eleitor tem todo o tempo o celular em mãos, aplicativos, como o WhatsApp; sites, portais e redes sociais tudo num clicar no seu telefone. É tudo muito rápido, instantâneo. É a exposição contínua e nem sempre favorável que o candidato precisa se adaptar e usá-la com eficiência.
Hoje o candidato tem que ter uma linguagem simples, única, que marque o político e também resistente aos inevitáveis boatos via WhatsApp durante o curto período eleitoral, antes de 90 dias e hoje de 45 dias. O candidato deve ter uma relação social frequente e sólida com o eleitor, que está “antenado” 24 horas.
Concluindo e, ainda plagiando do professor Marcelo Vitorino, pinçamos a oportuna frase: “…uma relação social, apesar de virtual, carece de transparência, frequência, diálogo, paciência e empatia”.
Faltam vinte meses para as eleições (prefeito e vereador) de 2020…
Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica