Internos da UPSL 2 em uma das bibliotecas do Complexo Penitenciário São Luís (Foto: Clayton Monteles)
“Muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro”. A máxima é do poeta norte americano Henry David e reflete, perfeitamente, a história de cerca de 900 internos do Sistema Penitenciário do Maranhão que são beneficiados, diariamente, pelo projeto Remição pela Leitura.
A iniciativa, instituída pela Lei de Nº 10.606, de 30 de junho de 2017, ocorre em 33 Unidades Prisionais do Estado. Além de garantir quatro dias a menos na pena, fortalece os avanços do Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), no sistema prisional.
“Todo trabalho com o objetivo de reinseri-los ao convívio social perpassa pela educação e, consequentemente, pelo estímulo à leitura de obras apropriadas para a construção do caráter. É a garantia de conhecimento e mudança de perspectivas”, avalia a supervisora de Educação da Seap, Thabada Louise.
Uma das pessoas que teve a história transformada por acreditar no poder da educação e iniciou, conforme descrito pelo poeta, uma nova era em sua vida, foi o egresso do Sistema Penitenciário do Maranhão, Jaime Lima de Almeida, de 32 anos. Ele passou metade dos seis anos de sentença em regime fechado.
“Além da Bíblia, li obras de Augusto Cury e do escritor australiano Markus Zusak. Conheci pessoas que me incentivaram a optar pela Educação. Graças a elas, tive a oportunidade de concluir o Ensino Médio dentro do sistema prisional. Hoje, não devo mais nada à Justiça, e trabalho dignamente”, comemora Jaime.
Jaime trabalha na própria Supervisão de Educação da SEAP, filtrando informações do projeto Remição pela Leitura. “A educação me abriu portas e a leitura me fez ter outra visão de mundo. Quero evoluir e sei que a educação é o caminho”, destaca o egresso que conquistou a admiração dos servidores.
Egresso do Sistema Penitenciário, Jaime Lima está reposicionado no mercado de trabalho (Foto: Clayton Monteles)
Na prática, os benefícios do Projeto e de outras ações de educação no sistema prisional são claramente demonstrados. Em 2018, 431 dos 838 internos do Maranhão que se inscreveram no ENEM foram aprovados. No Exame Nacional para Certificação de Jovens e Adultos (Encceja), foram 134 aprovações.
“São números históricos, conquistados com muito investimento do Governo do Estado. Mas a sociedade pode contribuir com a reintegração social de pessoas presas, doando obras literárias, filosóficas, clássicas e científicas para ampliar esse trabalho”, explica o secretário da Seap, Murilo Andrade de Oliveira.
Atualmente, existem 16 bibliotecas no Sistema Penitenciário do Maranhão. Para ajudar a ampliar o acervo, a sociedade pode fazer suas doações na própria sede da Seap, localizada na Rua Gabriela Mistral, 716, Vila Palmeira, onde funcionava o antigo Colégio Universitário (Colun), ao lado do Colégio Militar Tiradentes.
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