Durante uma reunião na Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social (Sedes) foi discutida a metodologia que será utilizada para a criação de um caderno com receitas típicas de povos tradicionais do estado. O projeto, de caráter piloto, tem como principal objetivo resgatar a identidade gastronômica de comunidades quilombolas, indígenas e de terreiros do Maranhão.
De acordo com a secretária adjunta de Segurança Alimentar e Nutricional da Sedes, Lourvídia Caldas, participaram da reunião representantes de várias outras pastas do Governo do Estado que compõem a Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional do Maranhão (Caisan-MA) e que trabalham de forma articulada para a construção de ações de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN).
“Estamos aqui com representantes da Secretaria de Estado da Saúde (SES), da Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), Secretaria de Igualdade Racial (Seir), Educação (Seduc), da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão (Agerp) e do Conselho de Segurança Alimentar (Consea-MA), órgãos envolvidos com a Política de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), para a construção e implementação de ações que possam diminuir a vulnerabilidade social e alimentar no Maranhão”, destacou a secretária.
Lourvídia disse, ainda, que dentre os assuntos debatidos durante o encontro, estavam os critérios que serão utilizados para selecionar as comunidades que fornecerão as informações para a elaboração do caderno de receitas e quais os tópicos que deverão constar no projeto como, por exemplo, histórico dos povos, calendários dos festejos, dentre outros.
Para Sebastião Cardoso Júnior, antropólogo da Seir, elaborar um caderno que destaca a origem das comunidades tradicionais do Maranhão, suas influências e hábitos culinários é manifestar respeito e reconhecimento às diversas culturas que compõem o povo brasileiro.
“É necessário que a ‘cozinha’ dos povos e comunidades tradicionais seja valorizada e divulgada. Precisamos manifestar o nosso agradecimento aos quilombolas, indígenas e povos de terreiros pelas iguarias que tanto amamos à mesa”, destacou.
Segundo José Urbano, engenheiro agrônomo da Agerp, além das informações sobre a história das comunidades e povos tradicionais, também serão inseridas no projeto valores nutricionais das plantas alimentícias não convencionais (Panc), que são utilizadas em receitas de povos específicos. “Panc são as partes das verduras, frutas e hortaliças que não temos o costume de consumir como, por exemplo, a casca do abacaxi, que em algumas comunidades é utilizada para o preparo de doces e chás, e o consumo de folhas, flores e sementes de algumas plantas utilizadas para o preparo de pratos ou para fins medicinais”, explicou José Urbano.
Grupo de Trabalho
O Grupo de Trabalho de Povos e Comunidades Tradicionais (GT4) integra o colegiado da Caisan-MA, presidido pelo atual secretário do Desenvolvimento Social, Márcio Honaiser. A Caisan é uma instância governamental responsável pela coordenação e pelo monitoramento intersetorial das políticas públicas, relacionadas à segurança alimentar e nutricional, ao combate à fome, e à garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA).
O GT4 também discutiu na reunião o plano de trabalho que será posto em prática durante todo o ano de 2019, que terá como uma das ações, a elaboração do livro de receitas de povos e comunidades tradicionais, com finalização prevista para o mês de maio
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