Sucesso no meio das web séries, a atriz Giul Abreu começou na arte por acaso. A professora que desde o colegial já gostava de ajudar e sempre se envolver com projetos acadêmicos, acabou levando suas habilidades para a área profissional, porém foi em 2017 que surgiu o convite que a colocaria em contato com a interpretação.
Com um convite feito pela Linha Produções, passou a integrar o elenco da série “Além de Alice”, onde primeiramente iria interpretar a personagem Olívia, mais com o tempo, Abreu foi oficialmente escalada como a protagonista da história. Conheça um pouco mais sobre a atriz nessa entrevista.
Como o teatro entrou na sua vida?
Embora apaixonada pelo teatro desde a infância, nunca cursei teatro em instituições de ensino. A atuação só entrou na minha vida em 2017 com o convite da Linha Produção para interpretar primeiramente a personagem Olívia. Logo após algumas questões internas, pintou o convite para encarar a protagonista Alice da série “Além de Alice”.
Além de atriz, você também é professora. Como é conciliar os dois trabalhos?
Acabam sendo esferas que se misturam justamente por estarem no âmbito das minhas grandes paixões. Desde muito nova eu já tinha consciência de que seria professora. Sempre fui envolvida em projetos acadêmicos de monitoria e me identificava em tal condição. A atuação já apareceu em minha vida de forma mais espontânea e súbita.
A personagem Alice está constantemente envolvida com drogas e em cenas de forte impacto. Como foi sua preparação para interpreta-la?
De ler o roteiro até contracenar efetivamente com outros atores, tudo foi muito novo e desafiador, mais tive muito apoio e orientação das atriz Rebeca Figueiredo e Pri Helena, bem como todo o suporte e supervisão da nossa preparadora de elenco Maria Clara Rolim (a quem devo muito em todo esse processo). O universo das drogas acabou me cerceando profissionalmente por conta de dar aulas em escolas públicas e já ter encarado muitos destes com dependência química. Trazer isso para a cena enquanto agente praticante de uma dependência, foi de uma responsabilidade imensa.
Hoje em dia, o tema do LGBT está cada dia mais incluso no entretenimento audiovisual. Como enxerga a importância dessa inclusão como forma de conscientização sobre o assunto?
A normalidade da natureza gay precisa achar seu lugar ao sol. A representatividade que tanto se fala, precisa ser entendida como um meio (das mais importantes) à aceitação da sociedade à nossa condição de amor. Todos os projetos audiovisuais que perpassam pelo caminho LGBT, são um pilar fundamental nessa direção.
Existe muito da Alice em você?
Sempre tive questões conturbadas envolvendo minhas relações amorosas. Talvez essa seja nossa maior semelhança.
Antes de ser chamada para a série, você nunca tinha atuado. Como foi essa primeira experiência na área?
Mesmo sem nunca ter atuado, os palcos me deram uma certa desenvoltura frente às câmeras. Atuar em si, não me causou muito receio. Minhas questões eram voltadas à possível rejeição do público (por estar fazendo um papel já interpretando por outra atriz) e o fato de ter sido através da série que me assumi publicamente. Por sorte e como sempre, a arte descomplicou onde a vida em sociedade insiste em complicar.
Sobre seu lado musical, quando foi que a música começou a despertar o seu interesse?
A música começou na minha vida tão subitamente quanto a atuação. Um sarau da escola Santa Mônica promoveu um remake contemporâneo de obras como Senhora, de José de Alencar. Interpretei Aurélia naquela ocasião e por conta da peça. precisei cantar (pela primeira vez na vida) a música Evidências. Na plateia estava um até então desconhecido Carlos Alberto, cantor da banda Vital. Bebeto me convidou a integrar a banda que já contava com outros 3 cantores. Nossa primeira apresentação juntos foi em um festival de sorvete no bairro de Campo Grande, Rio de Janeiro.
Acredita que suas habilidades musicais ajudam na hora de atuar?
Acredito que minha experiência de 10 anos de palco me torne mais desenvolta. Mas estou longe de ser atriz! É uma profissão que merece muito respeito, muito estudo e muita dedicação.
Como foi contracenar com Sharon Flix?
A Sharon é minha eterna irmã mais velha (mesmo sendo mais nova que eu). Foi com ela a minha primeira cena nos ensaios e se não fosse o seu brilhantismo e generosidade, eu poderia ter sido demitida da série ali mesmo (risos). Tenho uma grande admiração pela pessoa e profissional que ela é.
O que essa experiência da série trouxe pra sua vida?
A série mudou minha forma de enxergar as drogas, as peculiaridades das relação e principalmente, o meu papel enquanto parte confessa – finalmente – da luta pela causa LGBT.
Deixe uma mensagem.
A gente vive pela troca.