Candeias do Jamari é o segundo município com maior incidência de malária em Rondônia
O estado de Rondônia registrou nos primeiros quatro meses do ano, 3.199 casos de malária, o que representa acréscimo de 38% no número de casos comparado com o mesmo período em 2019.
Para conter o avanço da doença, equipes do Programa Estadual de Controle da Malária da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) estão em campo, onde já realizaram ações de combate ao mosquito vetor da malária nos municípios de Mirante da Serra e Candeias do Jamari.
As ações constam de instalação de mosquiteiros impregnados (MILDs), borrifação residual e espacial, busca ativa do mosquito transmissor da malária, além de diagnóstico e tratamento de casos da doença.
Candeias do Jamari é o segundo município com maior incidência de malária em Rondônia, registrou 755 casos no primeiro quadrimestre. Juntamente com Porto Velho, que registrou 1.659 casos da doença, estes dois municípios concentram 76% da malária do estado de Rondônia.
Valdir França, coordenador estadual do Programa de Controle da Malária da Agevisa, lembra que o controle da malária é um desafio constante, devido a diversas dificuldades, mas afirma que os técnicos que vão a campo implementam além das ações de combate. “Fazemos a busca ativa de casos, ofertando um diagnóstico rápido. Isso é oportuno e fundamental, principalmente na atuação em áreas de difícil acesso”, pontua.
O coordenador explica que, nos casos em que há reincidência da doença, é importante que ocorra um trabalho mais minucioso através de tratamento supervisionado, seguindo as diretrizes do Novo Guia de Tratamento da Malária no Brasil de 2020. “Além da ampliação da instalação e monitoramento de mosquiteiros impregnados, conforme as recomendações e protocolos do Programa Nacional da Malária do Ministério da Saúde (MS).
CUJUBIM
Ana Flora Camargo Gerhardt, diretora geral da Agevisa, explica que em Rondônia a malária está concentrada nos municípios de Porto Velho e Candeias do Jamari. Mas lembra que nas demais regiões, apesar das poucas notificações, a doença não pode ser negligenciada. “Por isso enviamos uma equipe essa semana para iniciar uma ação de combate à malária em Cujubim”, reforça.
A ação em Cujubim está sendo realizada desde o dia primeiro de junho e prossegue até dia 13 do mesmo mês.
“É de fundamental importância as análises epidemiológicas, para nortear as ações e estas possam ser realizadas de maneira direcionada. Com o trabalho em conjunto das três esferas governamentais, e participação da sociedade civil, as ações planejadas e implantadas de acordo com as normas técnicas tendem a apresentar resultados positivos”, afiança a diretora.
De acordo com Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária (Sivep/Malária), no ano 2019 o estado de Rondônia registrou 9.487 casos de malária, aumento de 23% em relação ao ano de 2018, quando foram notificados 7.684 casos.
Em 2019, Rondônia registrou 9.487 casos de malária
MALÁRIA
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, não contagiosa, ou seja, uma pessoa doente não é capaz de transmitir a doença diretamente à outra pessoa, é necessária a participação de um vetor, que no caso é a fêmea do mosquito Anopheles (mosquito prego), infectado por Plasmodium, um tipo de protozoário.
Estes mosquitos são mais abundantes ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno, porém em menor quantidade. Toda pessoa pode contrair a malária. Indivíduos que tiveram vários episódios de malária podem atingir um estado de imunidade parcial, apresentando poucos ou mesmo nenhum sintoma no caso de uma nova infecção. No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentra na região Amazônica, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
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