É informado pelo Ministro da CGU , Wagner Rosário, que o presidente Bolsonaro quer aumentar os salários do funcionalismo até o fim do seu mandato, em 2022.
Aumento nos salários dos servidores
Segundo informações do ministro da Controladoria Geral da União (CGU ), Wagner Rosário, o presidente da República, Jair Bolsonaro, deseja reajustas os salários dos servidores até o fim do seu mandato, em 2022.
Em videoconferência com servidores da CGU, foi afirmado pelo ministro que a informação foi repassada pelo próprio Bolsonaro. O reajuste vai de encontro a um dos pilares da Reforma Administrativa, em estudo pela equipe econômica do governo.
A proposta é diminuir os gastos públicos com pessoal, acabar com a progressão automática na carreira e reduzir os salários iniciais dos futuros aprovados em concursos públicos . Sobre isso, foi destacado pelo ministro da CGU que o presidente tem restrições a assuntos abordados na Reforma Administrativa.
“O presidente falou na reunião: eu queria dar um aumento salarial para os servidores antes de terminar meu mandato, no meu mandato eles não tiveram nenhum aumento”, informou Rosário.
Na reunião com os servidores da CGU, o ministro criticou a maneira com que o funcionalismo é tratado tanto publicamente, como nas conversas internas do governo sobre a Reforma Administrativa.
“Quando falaram que os servidores não estão perdendo nada, eu disse: ‘Não estão perdendo nada? Perdi R$ 1.400. Estou pagando quatro mil de previdência e você vem falar que não perdemos nada!’. Falei para um ministro numa reunião”, salientou o ministro da CGU.
O ministro tem 28 anos de serviço público . Wagner Rosário foi militar por 17 anos antes de conseguir aprovação no concurso CGU. Segundo o ministro Rosário, o presidente Bolsonaro tem demonstrado se opor à diminuição dos benefícios dos servidores públicos.
“Fico tranquilo porque o presidente é completamente contra. O máximo que ele (Bolsonaro) aceitou foi congelar os salários durante dois anos a contar de março”, relatou o ministro.
Presidente da Câmara fala sobre altos salários
Por outro lado, há quem critique os altos salários do funcionalismo. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que o mais difícil é passar no concurso público . Depois, segundo Maia, os salários crescem gradativamente com as progressões automáticas.
Foi mencionado pelo parlamentar o cargo de Policial Legislativo, do Senado Federal. De acordo com Maia, em oito anos, um aprovado no concurso já consegue atingir o teto salarial. O limite remuneratório na Administração Pública Federal é referente aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), o que equivale hoje a R$ 39.293,00.
“Como as coisas são automáticas, o grande desafio é passar no concurso. O grande desafio é a pessoa ser policial legislativo. Depois de passar no concurso, sai do salário inicial de R$14 mil e, em oito anos, está no teto”, informou o presidente da Câmara durante reunião virtual da frente parlamentar mista da Reforma Administrativa.
Para Rodrigo Maia, é preciso ter uma regulamentação do teto salarial do serviço público. No dia 07 de julho, o parlamentar reforçou que é necessário dialogar com todos os setores para encontrar uma solução e extinguir os ‘supersalários’.
Como alguns ganhos não são submetidos às regras do teto, há funcionários públicos que recebem, por mês, mais do que os ministros do STF . Desde o ano de 2016, está em tramitação no Congresso Nacional, o Projeto de Lei 6726/2016 , que redefine o que deve e o que não deve ser submetido ao teto remuneratório do funcionalismo.
Conforme o Projeto de Lei 6726/2016 ficam submetidos ao teto: vencimentos, salários, soldos, subsídios, verbas de representação, abonos, prêmios, adicionais, gratificações, horas-extras, auxílios-moradia, entre outras receitas.