A Polícia Civil de Goiás indiciou nesta quinta-feira o motorista do cantor Cristiano Araújo, Ronaldo Miranda, de 41 anos, por duplo homicídio culposo – quando não há intenção de matar. O acidente que matou o cantor, de 29 anos, e sua namorada, Allana de Moraes, de 19 anos, ocorreu no dia 24 de junho, na BR-153, em Goiás, quando voltavam de um show. Ronaldo vai responder ao processo em liberdade. Caso seja condenado, pode pegar de dois a quatro anos de prisão.
Em entrevista ao EXTRA, a mãe de Allana, Miriam de Moraes, afirmou que não gostaria que o motorista fosse preso. A dona de casa acredita que, apesar de ele ter uma parcela de responsabilidade pelo acidente, não foi o único culpado.
– Eu não gostaria que ele fosse preso, de jeito nenhum. O que aconteceu foi um acidente, poderia ter acontecido com qualquer um. Ele estava, realmente, em alta velocidade, correndo muito (179 km/h, segundo laudo da fabricante do veículo). Mas a maioria das pessoas anda em alta velocidade, ainda mais com um carro daqueles (um Range Rover). Não acho que seja o culpado, não – defendeu a mulher.
Miriam contou que, na volta dos shows, Cristiano costumava entrar no carro e deitar no colo da namorada para descansar. Por conta disso, disse, raramente usavam o cinto de segurança.
– Dificilmente quem vai atrás põe o cinto, apesar de as pessoas estarem tomando mais cuidado em relação a isso. Ainda mais do jeito que o Cristiano vinha, no colo da Allana.
Nós sabíamos a maneira como andavam atrás, com certeza estariam sem cinto. E não era o Ronaldo quem deveria mandá-los colocarem. Já eram duas pessoas adultas. Mas serve para todos prestarem atenção e usarem o cinto, pois pode evitar alguns acidentes – contou a dona de casa, natural de Rolândia, no Paraná.
A dona de casa contou que os últimos meses têm sido difíceis, mas que a fé em Deus tem ajudado a família a continuar a viver. Há quatro anos, Miriam perdeu outro filho, Thales Moraes, vítima de uma leucemia. Segundo ela, a perda do menino deixou a família mais forte, mas a dor é imensurável.
– Como já havíamos vivido tudo isso com a morte do Thales, meio que já sabíamos o que iríamos enfrentar. Todos os dias difíceis, os momentos difíceis. Hoje, estamos mais experientes. A dor da ausência e da saudade é a mesma, é isso que realmente machuca e dói. Mas estamos firmes em Deus. As coisas mais valiosas são as orações, que nos mantêm em pé nessa caminhada. A família está sempre unida, os amigos próximos estão dando força. Talvez o fardo fique um pouco mais leve devido a tudo isso – desabafou Miriam, que também tem outra filha, de 16 anos, chamada Gabriela, a mais nova do trio. Autor: Extra