Os vereadores de Cacoal (RO) rejeitaram, por oito votos a quatro, o processo de cassação do mandato do prefeito Francesco Vialetto (PT). Ele foi investigado por uma Comissão Processante formada em junho para apurar denúncias da Operação Detalhe, que apontou um suposto esquema de fraudes em obras públicas no município. A sessão extraordinária foi realizada na noite de quarta-feira (16) e durou quatro horas, em meio vaias e aplausos da plateia. A Polícia Militar (PM) precisou intervir algumas vezes para manter a ordem na Casa.
Senhas foram distribuídas para controlar o acesso da população ao plenário. A segurança foi reforçada e todas as pessoas foram revistadas por policiais militares para ter acesso ao interior da Câmara. Já o público que não conseguiu entrar teve que acompanhar a sessão em um telão instalado na parte externa da Casa.
Passado o tumulto, a sessão foi reiniciada com a apresentação da defesa pelo advogado de Francesco Vialetto. Logo em seguida, foi iniciada a votação, que terminou com o arquivamento do processo com quatro votos a favor e oito contrários à cassação. O prefeito comemorou o resultado junto com o grupo que o apoiava.
Denúncias
Francesco Vialetto era investigado por negligência, omissão e quebra de decoro. As denúncias surgiram devido à Operação Detalhe. O pedido de abertura da Comissão Processante foi feito pela vereadora Maria Simões (PT), que alega que o prefeito foi omisso e negligente aos fatos apurados na operação. A comissão foi formada no dia 15 de junho, mas os trabalhos só tiveram início no dia 22 do mesmo mês, após o prefeito ser notificado. A comissão foi presidida pelo vereador Celso Adame (PDT), Rafael Evangelista (DEM) que foi o relator e Raquel Carvalho (PMDB) que ficou como membro.
Para Vialetto, o resultado foi justo. “Nem sei o que dizer neste momento. O mais importante é que depois de muita perseguição a justiça foi feita. Isso me dá força para continuar com meu trabalho em defesa da população de nosso município”, esclarece.
Apesar ter sido favorável à cassação, o vereador Celso Adame, diz que “a democracia prevaleceu”. “Infelizmente, havia provas que o condenava, e eu votei pela cassação, mas como vivemos em um país democrático prevaleceu à vontade da maioria. Isso importante. Temos que respeitar a opinião dos demais”, avalia.
Do G1