O que vale é a intenção! Você já deve ter ouvido esta afirmação antes. Ela significa que o desejo sincero de fazer alguma coisa bondosa para outra pessoa é tão bom ou melhor do que fazê-lo, especialmente quando a pessoa não tem as condições financeiras para fazer aquilo que desejam fazer.
Este obscuro provérbio é uma jóia; você quer aprendê-lo? Muitos não querem; mas eles criticarão a Bíblia por ser de difícil entendimento. Registre que os avisos de Salomão são provérbios obscuros para desafiar o seu caráter e a sua consciência (Pv 1:1-6; Pv 24:10; IITm 2:15).
Como em muitos provérbios, é feita aqui uma comparação. Um tipo de homem pobre é melhor do que um tipo de mentiroso. Se um homem pobre é um mentiroso, ele não é melhor do que outro mentiroso, porque não existe nenhuma virtude na pobreza. Mas um homem pobre que sinceramente deseja mostrar bondade é melhor do que um homem rico que afirma a sua afeição e boa vontade, mas nunca faz nada.
Você já teve alguém oferecendo fazer alguma coisa para você, mas você sabia que eles não podiam arcar com a despesa, por não estarem em uma boa situação financeira. Talvez você mesmo até tenha oferecido pagar um almoço em um restaurante, dizendo a eles que o que contava era a vontade deles. Tal intercâmbio de bondade é o sentido e a intenção deste provérbio.
Um homem pode querer praticar a bondade e ser prestativo, mas não pode levar a bom termo a sua vontade por falta de meios. Mas existem aqueles que possuem os meios, mas não passam do oferecimento ou da promessa. Apesar de um ser pobre em questão de dinheiro, ele é rico de coração; apesar do outro ser financeiramente rico o seu coração perverso está destituído de caridade e de bondade fraternal. Ele é um mentiroso e avarento.
Muitos homens fazem confissões religiosas, mas quantos homens tentaram construir um templo para Deus (IISm 7:1-5)? Deus aceitou o desejo de Davi como suficiente e o recompensou por isso, apesar de não permitir que Davi o construísse. Em resposta, Davi custeou o templo. Considere, também, uma viúva muito pobre que deu tudo o que dispunha a Deus (Lc 21:1-4).
Aqui está o que Deus pensa a respeito daqueles que falam de bondade para com os outros, mas não a realizam: “E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?” (Tg 2:15-16). Que mentira vergonhosa!
Somente um desejo honesto e sincero de ser bondoso vale para Deus ou para os homens. De que forma a sinceridade pode ser medida? É fácil. O que você fez com bondade quando possuía os meios? Quão liberal você é agora com os meios que você possui? Quão bondosa é a sua conduta comparada com todas as outras medidas?
Aqui estão as lições: (1) nunca ofereça bondade sem pagamento, se você possui os meios; (2) Tenha sempre o desejo de auxiliar a outros, mesmo que você não tenha os meios; (3) Reconheça o amor daqueles que sinceramente desejam e tentam praticar a bondade, mas lhes faltam os meios de fazê-lo; (4) É muito melhor desejar praticar o bem sem ter as condições do que ter as condições sem que haja um coração doador…
Se você é o homem benevolente neste provérbio, que deseja demonstrar bondade considere que dar a Deus e a outros é o maior incentivo para você trabalhar muito na sua profissão. Depois de atender às suas necessidades básicas, que outra razão há para, possivelmente, se comparar? Se Deus lhe deu as habilidades e oportunidades, ganhe o que puder dentro dos limites, e então compartilhe com outros!
Deus é infinitamente honesto e sincero com promessas de riquezas eternas que são certamente verdadeiras. Ele vai além deste provérbio, pois o desejo e os meios é que geram o verdadeiro benfeitor. Ouça o próprio Jesus realizando um compromisso, “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar.” (Jo 14:2). Amém!