ATENDIMENTO AO ACRE/RONDÔNIA
1. 1 Os estados do Acre e de Rondônia são atendidos por um sistema de transmissão em 230 kV, a partir da SE Jauru no estado do Mato Grosso, por geração local, com destaque para as UHE Samuel e Rondon e a UTE Termonorte II, e através de uma ligação com o sistema de transmissão em corrente contínua que escoa a geração das usinas do Rio Madeira (UHE Santo Antônio e Jirau). A figura abaixo destaca as principais instalações para o atendimento aos consumidores desses estados.
2. 2 De uma forma simplificada, o atendimento aos consumidores dos estados do Acre e de Rondônia depende de duas condições operativas: i) a segurança do sistema de transmissão que escoa a geração das usinas do Rio Madeira; e ii) as condições do tronco de transmissão em 230 kV que interliga esses estados ao Mato Grosso, conforme mostrado na figura abaixo.
3. 3 Assim, distúrbios com origem no sistema de transmissão do Madeira e na interligação com o Mato Grosso poderão comprometer o atendimento aos consumidores dos estados do Acre e de Rondônia.
4. 4 O tronco de transmissão em 230 kV, formado atualmente por dois circuitos, está sendo reforçado com a implantação de mais um circuito, entre Jauru e Porto Velho, cuja previsão para conclusão de todos os trechos é de dezembro de 2015. Uma vez completo o 3º circuito, o mesmo agregará confiabilidade ao atendimento aos consumidores e evitará o isolamento dos estados do Acre e de Rondônia, mesmo em situações de perda de duas linhas de transmissão.
5. 5 Por sua vez, o sistema de transmissão associado às usinas do Madeira encontra-se em fase final de comissionamento, com parte dos equipamentos liberados para a operação e outros ainda em período de testes. Cabe destacar que a implantação desse sistema tem se caracterizado pelos enormes desafios, tecnológicos, técnicos e gerenciais decorrentes da dimensão e a complexidade inédita do projeto, com a implantação de dois bipolos de corrente contínua com mais de 2.000 km de extensão.
6. 6 Além disso, o atendimento aos estados do Acre de Rondônia é influenciado diretamente pela geração local, composta por usinas hidráulicas e pela usina térmica Termonorte II.
7. 7 Neste sentido, cumpre observar que nos dois últimos meses tem se verificado uma redução na disponibilidade de geração da UTE Termonorte II devido a problemas associados ao fornecimento de combustível. Além disso, a usina de Samuel, principal hidroelétrica da região, possui pequeno reservatório e está, no final do atual período seco, com armazenamento em torno de 4% do seu volume útil.
8. 8 Diante desse cenário, o Operador, em conjunto com MME, ANEEL e agentes envolvidos, tem atuado intensamente para prover maior confiabilidade ao sistema Acre/Rondônia, com as seguintes ações:
a. Viabilizar o retorno à operação da UTE Termonorte II;
b. Agilizar a entrada em operação do 3º circuito em 230 kV entre as SE Jauru, Vilhena, Pimenta Bueno, Ji-Paraná, Ariquemes, Samuel e Porto Velho;
c. Analisar a viabilidade de preservar o TR 500/250 kV – 465 MVA de P. Velho, quando de perda do sistema de corrente contínua;
d. Implementar alterações na topologia do sistema de transmissão para reduzir o impacto de perda de elementos, visando viabilizar a operação simultânea de 2 conversores de potência para o sistema Acre-Rondônia; e
e. Analisar a viabilidade de segregar unidades da UHE Santo Antônio, ligando-as diretamente ao sistema Acre-Rondônia, através do TR 500/230 kV – 465 MVA de Porto Velho, quando da perda do sistema de corrente contínua.
9 Essas medidas mitigam a possibilidade dos cortes de carga associados a contingências no sistema de transmissão do Madeira, que foram as causas da interrupção do suprimento ao sistema Acre / Rondônia nos dias 11 e 20 de agosto, além daquela do dia 20 de setembro último.
10 Finalmente, o ONS ratifica o seu compromisso de prover as melhores condições de atendimento a todo o Sistema Interligado Nacional, adotando medidas operativas que garantam o suprimento de energia de forma equânime a todos os consumidores.
Fonte: ONS