A greve nacional dos bancários começou nesta terça-feira, 6/10, com uma adesão muito forte Em Rondônia. Já no primeiro dia de greve, 106 agências não abriram as portas, um número muito superior às 71 agências fechadas no primeiro dia de greve em 2014. Isso demonstra uma intensa adesão dos funcionários que, a exemplo do que acontece no restante do país, estão revoltados com a proposta desrespeitosa da Fenaban, de apenas 5,5% de reajuste nos salários e demais verbas – algo que sequer chega a compensar a inflação do período, que é de 9,88% e que está muito abaixo dos 16% reivindicados pela categoria – além de um abono no valor de R$ 2.500,00, não incorporado aos salários.
Em Porto Velho a adesão foi maciça, com 100% de agências fechadas e sem atendimento ao público.
“É a resposta que os trabalhadores estão dando aos banqueiros, que de forma até debochada, ofereceram este índice que é pouco mais da metade da inflação do período, um retrocesso total e que comprova a postura de ditadura dos bancos, que visam somente os lucros em detrimento ao ser humano”, avaliou José Pinheiro, presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO).
As negociações entre os representantes dos empregados e os representantes dos bancos tiveram início na primeira quinzena de agosto, quando a pauta foi entregue, mas de lá para cá os bancários tiveram todas as suas reivindicações negadas pelos banqueiros. Nada de concreto foi apresentado em relação às reivindicações sobre garantia de emprego, contratação de mais empregados, fim do assédio moral e das metas abusivas, mais saúde e melhores condições de trabalho e mais segurança. Pelo contrário: mais de um mês depois de iniciada a Campanha Nacional, o que os representantes dos bancos ofereceram representa uma perda de 4% não somente nos salários.
Somente os cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander) tiveram mais de R$ 36 bilhões de lucro nos seis primeiros meses de 2015, um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Setores que estão em crise, com retração de produção e vendas, fizeram propostas melhores aos seus empregados.
“A culpa da greve mais uma vez é dos bancos, que mesmo obtendo lucros que superam até mesmo o sistema financeiro de Estados Unidos e Europa, continuam tratando seus empregados – os verdadeiros responsáveis por estes lucros – de forma desumana. Estamos lutando por melhores condições de trabalho e pelo fim das metas abusivas que transformam os bancários na categoria de trabalhadores que mais adoece no Brasil. Queremos a contratação de mais funcionários, para diminuir a carga de trabalho dos atuais empregados e, sobretudo, permitir um atendimento mais digno à população que, por muitas vezes, fica horas à espera de atendimento. Ou seja, estamos lutando por nós, bancários, e pelos próprios clientes e usuários dos bancos”, acrescentou o dirigente.
Principais reivindicações da categoria:
* Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real).
* PLR: 3 salários mais R$7.246,82.
* Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
* Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
* Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
* Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
* Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
* Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
* Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
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