O costume de consumir carne de caça não é exclusivo da região Nordeste. Em todo o Brasil, pessoas comem carnes de animais silvestres, como o tatu, mas não imaginam os riscos a que estão se submetendo.
Em entrevista ao Tarde Nacional dessa sexta-feira (16), o assunto foi abordado pelo especialista em saúde pública e médico veterinário responsável pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama de Teresina, no Piauí, Fabiano Pessoa.
Segundo ele, pesquisas mostram que o tatu é reservatório de inúmeras doenças, entre elas hanseníase, leishmaniose e doença de Chagas. E o risco não está somente em comer a carne do animal, mas também nos atos de caçar ou criar o bicho.
Recentemente, no Piauí, dezenas de pessoas contraíram micose pulmonar ao tentar capturar o tatu, tendo assim contato com o fungo presente no solo próximo à toca. Três pessoas morreram e duas pessoas estão na UTI em tratamento.
Fabiano Pessoa falou também do contato íntimo com animais silvestres. Papagaios, por exemplo, carregam consigo uma bactéria que pode causar um problema respiratório nos seres humanos, principalmente em crianças e idosos. Já quem tem contato com micos e macacos corre o risco de contrair raiva.
Répteis, como iguanas e jabutis, também merecem atenção: esses animais eliminam em suas fezes a bactéria salmonela, que em contato com humanos pode causar de uma diarreia até quadros graves cardíacos e neurológicos. Ele ainda derrubou o mito popular de que o jabuti cura a asma em crianças.
Fonte: EBC