Ultimamente temos visto muitas campanhas de prevenção. Neste mês em especial voltamos à atenção para o câncer de mama, o Outubro Rosa. Mas o que isso tem a ver com a nossa coluna de fisioterapia? TUDO!!!
Entender que, não só para essas doenças mais graves, a prevenção é tão importante quanto o tratamento.
E o que quero dizer com isso? Estudos realizados nos últimos anos têm mostrado que o hábito de se exercitar vem crescendo e com isso os riscos de lesões também se elevam. Nos mais jovens os riscos estão associados ao osso em fase de crescimento, já nos mais idosos podemos relacionar as lesões degenerativas articulares, musculares e nos tendões. Isso porque consideramos que a partir dos 30 anos a musculatura, os ligamentos e o alongamento tendem a declinar e após os 50 anos a resistência e capacidade óssea também estão diminuídas.
Claro que tudo depende das condições individuais. Não podemos generalizar as informações, cada um apresenta uma condição física diferente do outro. Por exemplo, o nível de atividade física, fatores somáticos (idade, estatura, peso corporal, sexo, estado de saúde físico e emocional), nutrição (hábitos alimentares como ingesta de álcool), se é fumante ou não, e também o ambiente no qual irá realizar os exercícios (umidade relativa do ar, pressão atmosférica local, temperatura local), influenciam nos riscos de lesões.
Devemos iniciar as atividades de acordo com a capacidade física atual, então começar com um volume de exercícios adequado é essencial.
Lembre-se que o seu corpo também precisa de um período de repouso/descanso para recuperação. O músculo também cansa! Uma sobrecarga de atividades pode levar o musculo à fadiga, o que é prejudicial. Costumo dizer aos meus pacientes que a musculatura é responsável por “segurar” as articulações do corpo, ou seja, juntamente com os tendões e ligamentos, a musculatura estabiliza a respectiva articulação, assim quando cansada, a musculatura deixa de “segurar” a articulação e então, ela mesma se usa para realizar o papel do musculo. Dai os riscos de lesão, por exemplo nos joelhos, se a musculatura do quadríceps e bíceps (coxa) estiver desequilibrada, aumenta-se o risco de lesão de menisco, cartilagem e ligamentos.
Na academia os riscos estão diretamente relacionados a posturas incorretas durante a execução dos exercícios, as alterações biomecânicas causadas por movimentos errados levam a uma predisposição muito maior as lesões em geral. Procure sempre o educador físico responsável para orientações quanto às posturas, carga imposta, séries e repetições.
Além disso tudo, outros fatores podem interferir na prevenção como a qualidade do sono, ingesta de álcool e uso de tabaco. O álcool tem efeitos negativos no nosso organismo por volta de 48 horas depois de ingerido, além de reduzir a coordenação motora e os reflexos, ele também influencia no equilíbrio hídrico e de substancias que circulam no nosso sangue pelo efeito diurético. O tabaco além do risco de câncer, problemas vasculares e circulatórios, influencia diretamente no aporte de oxigênio, reduzindo a capacidade de captação de oxigênio pelos pulmões; ele também acelera processos de liberação de substancias pró-inflamatórias no organismo.
Não podemos esquecer o uso de substancias químicas que prometem maravilhas ao nosso corpo, mas que são prejudiciais a longo prazo. Os aceleradores do metabolismo (conhecidos como anfetaminas) podem mascarar a sensação real de fadiga muscular, levando a esforços exagerados, do qual o seu corpo não está preparado. Os anabolizantes auxiliam na hipertrofia acelerada da massa muscular, o que não é acompanhada proporcionalmente pelos tendões, aumentando o risco das lesões tendíneas.
Nossas atitudes diárias influenciarão diretamente o nosso organismo em um curto período de tempo, portanto a grande importância na prevenção. Um dos principais quesitos é o planejamento do treino, recomendamos sempre que seja elaborado por profissionais especializados. O acompanhamento com uma equipe interdisciplinar é de grande valia, médico educador físico, fisioterapeuta, nutricionista e psicólogo são exemplos de profissionais que deveriam compor uma equipe mínima.