Outras pessoas dependem de você, e é seu dever defendê-las e ajudá-las. Esta regra se aplica especialmente se você ocupa um cargo de autoridade. Se uma pessoa pobre ou fraca estiver sendo ferida ou ameaçada, é seu dever socorrê-la. Abra a sua boca para discutir e lutar por aqueles que não podem falar ou se defender sozinha – os pobres e os necessitados (Pv 31:9). Você é guardador do seu irmão!
A mãe do rei Lemuel deu a ele esta regra inspirada (Pv 31:1-2). Ela nobremente desejava que ele fosse o melhor rei possível. Como uma grande mãe, ela o ensinou a usar o trono para garantir a justiça e livrar o oprimido. Ao invés de pensar que ele deveria usar a sua autoridade como rei para ganhos pessoais, ela o ensinou a usar seu privilégio de poder para ajudar a outros.
Abra a sua boca! A defesa de qualquer causa ou pessoa começa com palavras. Se você quase não fala, ou é lento para falar, ou evita a confrontação, então você precisa deste aviso mais do que ninguém. Se alguma coisa errada está acontecendo, ou se alguém está sendo enganado, você precisa falar! Diga alguma coisa! Pare o dano ou a violência, e proteja aqueles que contam com você.
Porque tantas pessoas ficam caladas quando poderiam dizer alguma coisa? Eles temem ser confrontados. Eles temem o ridículo. Eles têm medo de ”balançar o barco”. Eles temem a pressão dos seus pares. Eles têm medo de cometer um erro. Eles têm medo de se verem envolvidos e de não serem capazes de sair facilmente de uma determinada situação. Eles sentem que os seus esforços não serão apreciados por quem de direito. Falta-lhes confiança, comprometimento e espírito comunitário.
Quem são os mudos? São aqueles que não sabem falar por si mesmo. Porque eles não falam em sua defesa própria? Suas vozes podem ser ignoradas porque são pobres, lhes faltam privilégios, são idosos ou mentalmente fracos, são intimidados pela situação ou por outras inúmeras razões.
De que maneira estão fadados à destruição? Circunstâncias ou inimigos os ameaçam, e que serão feridos ou destruídos, a não ser que alguém intervenha por eles. São pessoas que correm risco de opressão. A razão pela qual ordenou a autoridade no mundo – maridos, pais, patrões, governantes e pastores – é para defender, precisamente, a causa de tais pessoas pobres e necessitadas.
Considere alguns exemplos. José falou a Faraó por parte de todos os seus familiares (Gn 47:1-12). Isaque deu a melhor bênção possível a Esaú, apesar do que Jacó tinha feito (Gn 27:38-40). Elcana interveio para honrar Ana acima da sua outra mulher, Penina (ISm 1:1-8). Jônatas falou a seu pai a respeito da vida de Davi (ISm 19:1-7). Salomão interveio para proteger uma prostituta em sua disputa por seu filho (IRs 3:16-28). Ester falou com Assuero em favor do seu povo, e ele, por sua vez, falou por ela contra os inimigos dela (Et 7:1-10; Et 8:1-14).
Considere alguns outros exemplos. O Bom Samaritano deu instruções ao hospedeiro para tomar conta do judeu ferido (Lc 10:30-35). Paulo usou o peso da sua autoridade e reputação para que Febe fosse assistida (Rm 16:1-2), Onésimo (Fm 1:8-21) e o jovem ministro Timóteo (ICo 16:10-11). João recomendou Demétrio (IIIJo 1:12)
Um rei poderia intervir naqueles que estavam ameaçados por processos civis, caso de impostos, processos criminai, disputas de propriedades, e assim por diante. Mas existem oportunidades diárias que você pode aproveitar para ajudar e proteger a outros. Considere o caso de “bullying” de uma criança na escola, um empregado introvertido na empresa em que você trabalha, uma viúva negligenciada em sua rua, uma criança abusada no bloco vizinho, um membro pobre da sua igreja, uma criança atormentada pelos seus irmãos, uma garçonete severamente repreendida por um cliente, um colega inocente constrangido maldosamente por outros colegas, e muitos outros casos assim.
Recentemente você tem falado por alguém necessitado? Você já defendeu qualquer pessoa pobre ou necessitada? Não diga que você não tem visto pessoas necessitadas, pois as oportunidades surgem com frequência, mas é da natureza do homem virar o rosto em outra direção para não ver (Pv 29:7). O terrível Deus celestial vê as suas escolhas para não se envolver, e Ele o julgará severamente (Pv 21:13; 23:11-12; 28:27).
Considere o altíssimo rei celestial, o Senhor Jesus Cristo. Ele não abriu a sua boca para se defender quando estava dando a Sua vida pelo Seu povo (Is 53:7; IPe 2:23). Mas Ele atendeu ao pedido da mulher cananéia (Mt 15:21-28), atendeu as crianças que foram trazidas para Ele (Mt 19:13-15), atendeu a uma mulher pecadora na casa de Simão (Lc 7:36-50), atendeu a uma mulher flagrada em adultério (Jo 8:1-11), e teve uma preocupação própria pela sua mãe enquanto Ele estava morrendo (Jo 19:25-27). Que o santo exemplo Dele dirija a sua boca ao silêncio para você mesmo e um alto brado pelos outros!