Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) mostram que desde janeiro até setembro deste ano ocorreram 1.036 práticas criminosas do tipo na zona rural do Estado. No mesmo período de 2014, foram 824 casos.
Das 1.036 ocorrências, 89 são roubos e 947 furtos. Cada vez mais frequentes, os ataques dos criminosos preocupam e provocam sensação de insegurança entre os fazendeiros e produtores rurais. Ao longo de 2014, foram registrados 1.112 casos de roubos e 126 de furtos, conforme dados divulgados pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).
“Nós produtores nos sentimos inseguros e vulneráveis às ações de quadrilhas como essas, uma vez que as propriedades, na maioria das vezes, é afastada da cidade. Além do prejuízo material, ainda fica o trauma, pois os assaltantes agem com violência e usam armamento pesado”, disse em entrevista recente o presidente do Sistema Famato/Senar, Rui Prado.
A ação das quadrilhas também tem resultado em mortes. Em setembro passado, o fazendeiro Cícero Medeiros, de 59 anos, e o amigo dele, Rodrigo Sávio Barros Botelho, 39, foram assassinados a tiros em uma propriedade rural, que fica em Poconé (104 quilômetros de Cuiabá;). De acordo com a polícia, o crime teria sido uma retaliação, já que Medeiros havia denunciado uma quadrilha de roubo de gado que vem agindo na região.
No município, as quadrilhas agem com certa frequência e não é raro a Polícia Civil (PC) prender envolvidos com a prática criminosa, como ocorreu ainda em setembro passado, quando foi desarticulada uma quadrilha acusada de furtar gado na baixada.
No momento da prisão, os integrantes do grupo estavam em um caminhão com dez cabeças de gado Nelore PO, avaliadas em R$ 80 mil. Três meses antes, em junho, outra quadrilha que atuava no roubo a gado e defensivos agrícolas em Barra do Bugres (150 quilômetros de Cuiabá;) foi desmontada na região.
Entretanto, conforme a Famato, Cáceres (214 quilômetros de Cuiabá;) foi um dos municípios que mais sofreu os ataques das quadrilhas em 2014. Um dos principais motivos seria o fato de a cidade estar localizada em uma faixa de 150 quilômetros de fronteira com a Bolívia.
De acordo com Prado, os produtores podem atuar na prevenção dessas ocorrências. Algumas das dicas são conhecer os funcionários da fazenda, dificultar o acesso à propriedade, colocando cadeados nas porteiras, ter cães de guarda e investir em segurança privada.
Outra recomendação é o produtor reservar os pastos mais vulneráveis, aqueles longe da sede e próximos às estradas ao gado mais fraco, além de evitar manter na fazenda grandes quantidades de insumos e defensivos agrícolas. Isso porque esses produtos são caros e visados pelos criminosos.
Por isso, é prudente que a armazenagem não seja feita na propriedade. Se isso for imprescindível, a orientação é que seja feita em um galpão seguro, com câmeras, grades, alarmes e demais itens de segurança.
Por meio da assessoria de imprensa, a Sesp reforçou que a PC e a Polícia Militar têm planejamento para o combate deste tipo de prática criminosa. Disse ainda que criou uma divisão na Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) para investigar casos desta natureza. Além dos patrulhamentos realizados pela Polícia Militar nas áreas com maior atuação das quadrilhas.
Fonte: MT Agora – Diário de Cuiabá