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Carne não é o único alimento que pode provocar câncer

04/11/2015
in Notícias, Saúde
Silvano Mendes

Um estudo apresentado na semana passada pela Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (Iarc), ligado a Organização Mundial da Saúde (OMS), causou polêmica ao afirmar que o consumo de frios e carnes vermelhas seriam cancerígenos. Mesmo se as autoridades atenuaram o alerta após a revolta dos industriais do setor, o tema suscitou debate sobre o número crescente de alimentos apontados como sendo nocivos para a saúde dos seres humanos.

O relatório divulgado pela Iarc é uma compilação de dados de várias pesquisas realizadas nos últimos anos, e seu resultado não surpreendeu a comunidade científica. Mas ao declarar abertamente que a carne vermelha e os frios seriam cancerígenos, o documento suscitou durascríticas dos produtores em várias partes do mundo, da França aos Estados Unidos, passando pelo Brasil.

A revolta dos industriais foi tamanha que, menos de uma semana depois, a Organização Mundial da Saúde deu marcha a ré e declarou, por meio de um comunicado, que o polêmico estudo “não pede que as pessoas parem de comer a carne processada”. Para a OMS, o relatório do Iarc preconiza apenas “uma redução do consumo”, mesmo se a organização insiste que as pesquisas “ainda não permitem” determinar o volume de ingestão considerado sem risco para a saúde.

Mathilde Touvier, pesquisadora em epidemiologia nutricional no Inserm, o Instituto francês de saúde e pesquisa médica, confirma que não se trata de eliminar totalmente esse produtos. “O importante é consumir a carne como parte de uma alimentação variada e equilibrada”. A especialista também ressalta que, segundo as recomendações atuais do World Cancer Research Fund International, “o ideal seria não comer mais de 500 gramas de carne vermelha por semana. Já no caso dos frios, a recomendação é de não ultrapassar 50 gramas por dia”.

Já a vice-presidente da Associação Portuguesa de Investigação em Cancro/Câncer (ASPIC), Raquel Seruca, lembra a carne, é importante para a alimentação. “Ela tem proteína, vitamina B12, ferro, zinco e uma série de constituintes que são saudáveis. O que deve ser evitado é o excesso, mas isso também serve para o açúcar ou a gordura”, analisa a médica e pesquisadora, que também não ficou surpresa com o estudo do Iarc.

Carne vermelha não é a única culpada

A pesquisadora francesa também frisa que a carne vermelha não é a única vilã dessa história. “Um relatório do Instituto francês do câncer constatou que vários outros alimentos podem ser considerados como cancerígenos. Bebidas alcoólicas, comida muito salgada, complementos alimentares a base de betacaroteno entram nessa categoria. O excesso de peso ou a obesidade também representam um risco”, explica a especialista. Além disso, lembra a especialista do Inserm, “não podemos esquecer que há uma série de outros fatores que protegem contra o câncer, como o consumo de frutas e legumes, as de fibras alimentares que encontramos no pão integral e no macarrão integral, os lacticínios, ou ainda a atividade física”. Para ela, o número de produtos que são nocivos e os que protegem o organismo são quase equivalentes. “Não podemos diabolizar os alimentos”, analisa.

Além disso, como lembra Raquel Seruca, ss resultados desse tipo de estudo também deve levar em consideração os hábitos culturais. “Não podemos comparar a alimentação de um britânico ou de um norte-americano, que comem bacon no café da manhã, que os portugueses, por exemplo, que são adeptos de uma cozinha mediterrânea, na qual a carne vermelha não é onipresente”.

Em uma tentativa de minimizar o risco de pânico generalizado, a OMS também divulgou números sobre o avanço do câncer e suas causas, relativizando o estudo do Iarc. Segundo a agência da ONU, se 34 mil pessoas morrem por ano vítimas de uma alimentação rica em carne processada, 60 mil mortes de câncer são provocadas pelo consumo de álcool, 200 mil pela poluição do ar e um milhão de óbitos são atribuídos ao tabaco.

Até os alimentos orgânicos podem ser nocivos

Alguns ecologistas defendem que o nosso modo de vida urbano, com uma alimentação cada vez mais baseada em produtos industrializados, seria o responsável por esses distúrbios. No entanto, muitas dessas doenças, como o câncer colorretal, atribuído ao consumo de carne, sempre existiram. A diferença é que agora a ciência consegue estudá-los. “Com o avanço das pesquisas, temos cada vez mais informações sobre os fatores protetores e prejudiciais”, ressalta Touvier.

Porém a especialista francesa alerta que nem sempre os riscos vêm de onde imaginamos. “A questão dos modos de produção modernos é uma das grandes preocupações dos pesquisadores. Por exemplo, estamos fazendo vários estudos nesse momento sobre os alimentos orgânicos para tentar entender se, além do impacto positivo evidente para o meio ambiento, eles também representam um benefício real para a saúde e ou se representam riscos de câncer ou outras doenças. Pois por enquanto não conhecemos exatamente os impactos que os alimentos orgânicos podem ter sobre o organismo a longo prazo”.

Fonte: RFI Português do Brasil

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Tags: alimentaçãocâncercarne

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