Eduardo Cunha se diz evangélico, membro da Assembleia de Deus Madureira, mas se converteu na Sara Nossa Terra, que teria frequentado até fevereiro deste ano.
Constantemente ligado a denúncias de contas na Suíça com dinheiro fruto de corrupção, a imagem de Cunha está abalada entre vários segmentos de evangélicos. Segundo o bispo Robson Rodovalho, fundador e presidente da Sara, não é papel da igreja julgar o presidente da Câmara.
Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, o bispo afirmou que as igrejas são instrumentos “de misericórdia, do amor, do perdão”. Ao mesmo tempo, cabe à Justiça e ao Ministério Público Federal o papel de “instituição inquisidora”.
Sendo assim, embora não emita juízo sobre as denúncias que pairam sobre Cunha, sua denominação decidiu apoiar a campanha anticorrupção da Procuradoria da República. São dez medidas que visam “sufocar a ação dos corruptos”. O primeiro passo é pedir que os 500 mil fiéis da igreja ajudem na coleta de 1,5 milhão de assinaturas.
“Entendemos que a gente tem que ter alguma coisa propositiva para mudar o Brasil. Não basta ficar indo para rua fazer protesto contra a corrupção, contra a política, contra partidos. Tem que fazer uma coisa propositiva”, esclarece Rodovalho.
Ao analisar a corrupção que abunda no país, o líder da Sara Nossa Terra assevera que o problema “é mais profundo, ela é sistêmica. Ela passa tanto pelo indivíduo quanto pelo sistema”.
Quando fala sobre o papel da igreja, insiste que ela “não pode descuidar de ter uma régua da Justiça, a régua da equidade… A nossa tarefa é trabalhar, conscientizar as pessoas, estabelecendo valores, princípios, pregando sobre isso”.
Eduardo Cunha nega todas as acusações, mas ainda é alvo de um processo que pode levar à cassação de seu mandato no Conselho de Ética. Questionado o que faria caso ele voltasse para a sua igreja de origem, Rodovalho garante “Se amanhã Eduardo aparecer, vai ser bemvindo como todo mundo”.
Fonte: Gospel Prime