Sempre ouvimos dizer que praticar sexo regularmente faz bem à saúde. Mas será que esta afirmação tem fundamento?
Sigmund Freud, pai da Psicanálise, já falava disso em 1895. De lá pra cá, a medicina evolui com uma velocidade exponencial e os mistérios do sexo começaram a ser desvendados. Tamanha a importância do tema que, a partir de 1990, a Organização Mundial de Saúde incluiu a atividade sexual como parâmetro para medir a qualidade de vida das pessoas.
Fonte inesgotável de energias, o sexo de boa qualidade pode ser uma ótima forma de criar e manter o nível ideal de saúde e vitalidade. De acordo com diversos estudos, a prática do sexo seguro, freqüente e satisfatório pode ser capaz de diminuir as chances de se ter infarto do coração e hipertensão, evitar a insônia, aliviar o stress, melhorar a concentração e a atenção, queimar calorias e até ajudar a emagrecer! Mas não pense que estou falando daquele sexo “morninho”, “básico” e sem graça. Todos estes benefícios estão relacionados a ação de diversas substâncias no nosso corpo, cuja produção e liberação é diretamente proporcional ao desejo e a satisfação obtida na relação sexual. Ou seja, tem que estar com vontade de transar e satisfeita com o que foi feito!
Vou explicar melhor: cientificamente falando, o sexo de qualidade é capaz de aumentar bastante os níveis de adrenalina, serotonina e endorfinas, que são exemplos daquelas substâncias que citei anteriormente. Elas estão relacionadas ao bom humor, à disposição física, resistência à dor e a sensação de bem-estar geral.
Quando a vontade para o sexo é despertada, o cérebro libera uma quantidade extra de adrenalina, que irá preparar o corpo para o ato sexual. E os efeitos são quase imediatos: aumento da freqüência cardíaca e da circulação do sangue, favorecendo a oxigenação dos tecidos; a pele enrubesce, a respiração fica ofegante e os órgãos sexuais respondem prontamente: nos homens, acontece a ereção; nas mulheres, a vagina se dilata e fica mais úmida para receber o pênis. À medida que o nível de excitação vai crescendo, uma outra substância entre em jogo: a endorfina.
A endorfina é a chamada por alguns de “elixir do prazer”. Responsável pela sensação de bem-estar e satisfação, ela alcança níveis máximos de liberação no momento do orgasmo, contrapondo os efeitos da adrenalina. Pode-se dizer que o orgasmo é nossa recompensa pelos altos níveis de excitação e esforço empreendido. É neste momento que as células nervosas cerebrais “descarregam” toda a sua energia, ao que geralmente se segue o relaxamento físico.
Quem estiver sem parceiro, não se desespere! Parece que estes mesmos benefícios podem ser alcançados quando se está sozinho, com a masturbação, ainda que em menor escala. Na verdade, o mais importante disso tudo é ver como você está se relacionando com as pessoas, com seu parceiro e com você mesma. O sexo só vai fazer bem à sua saúde se você estiver com a cabeça boa para desfrutar dele!
Dra. Mariana Maldonado é médica ginecologista e obstetra, especialista em Sexologia e Homeopatia.
Fonte: MarianaMaldonato.com.br