Um antigo debate ideológico vem retomando força no Rio Grande do Sul em meio a uma das piores crises econômicas enfrentadas pelo estado: o separatismo político. Embalado por quatro bloqueios financeiros propostos pelo governo federal às contas estaduais, motivados por falta de pagamentos da gigante dívida do Rio Grande do Sul com a União, o movimento “Sul é Meu País” propôs à Assembleia Legislativa gaúcha um plebiscito para saber a opinião pública sobre o projeto.
Cesar Deuscher, coordenador do movimento, compara o objetivo dos separatistas brasileiros com o dos catalãos: “nós não temos vínculo político, nós queremos mudar, e vamos ter este plebiscito em 2016”, disse.
O possível plebiscito está sendo minunciosamente organizado. Será realizado sem urnas eletrônicas, do modo antigo, com cédulas depositadas em urnas de lona. Segunda Celso, o modo eletrônico não é confiável, e será uma das mudanças buscadas pelo grupo: “o voto eletrônico precisa de comprovante, para permitir uma auditoria posterior”.
Questionado sobre os possíveis resultados das urnas, Deuscher é enfático ao afirmar que o movimento conta com apoio de 75% de simpatizantes nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Conforme ele, são pelo menos 20 mil integrantes diretos envolvidos no processo de busca pela independência em 870 cidades nos três estados.
O grupo não tem envolvimento partidário, e explica a motivação: “nós não queremos nos envolver com a política que aí está, pois caso consigamos a independência, estaremos corrompidos pelos mesmos vícios e recriaremos um Brasil em miniatura. Nós não queremos isso”, ponderou. Caso o plebiscito seja materializado, será realizado no dia 2 de outubro, em paralelo às eleições municipais de 2016.