Homens armados atacaram nesta sexta-feira (20) um hotel de Bamaco, capital do Mali, e mantêm mais de 170 pessoas como reféns, entre elas integrantes, de delegações estrangeiras que compareceriam a um congresso, informaram fontes dos serviços de segurança e funcionários do estabelecimento.
Equipes de segurança isolam o hotel Radisson Blu, onde estão hospedados delegados da Organização Internacional da Francofonia e participantes de um encontro previsto para amanhã na capital malinesa sobre novas tecnologias, segundo as fontes.
Um comunicado do grupo Rezidor, que gerencia o hotel Radisson de Bamaco, afirma que dois homens mantêm 140 hóspedes e 30 funcionários retidos, mas não descarta que haja mais sequestradores.
Os serviços de segurança da empresa estão em contato de forma contínua com as autoridades do país para oferecer qualquer apoio que ajude a resolver o problema, assinala o comunicado.
Um grande dispositivo de segurança foi mobilizado no local, enquanto o escritório do primeiro-ministro malinês criou uma célula de crise para tomar as medidas de segurança.
O presidente do país, Ibrahim Boubacar Keïta, decidiu encurtar sua viagem ao Chade, onde participa da reunião do G5 de Sahel, e voltar hoje ao Mali.
O ataque começou por volta das 7h30 locais (5h30 em Brasília) desta manhã quando pelo menos quatro pessoas a bordo de um veículo, com placa diplomática, se aproximaram ao hotel e começaram a atirar contra os guardas, deixando duas pessoas gravemente feridas e outras duas com ferimentos leves, enquanto o restante dos guardas fugiu.
Os atiradores logo depois conseguiram entrar no hotel, que hospeda pelo menos 170 pessoas, a maioria estrangeiros, e é considerado o mais seguro da capital, situado em uma região de luxo com resorts, bancos, bares e restaurantes, assim como as embaixadas de Estados Unidos, Espanha e Tunísia.
As investigações não descartam a chance de ser um atentado jihadista já que, segundo declarações de um policial que testemunhou o ato, os agressores gritavam "Allahu akbar" (Deus é grande) ao atirar.
Um observador, que pediu o anonimato, vinculou, em declarações à Efe, o tiroteio de hoje e as ameaças feitas na semana passada pelo líder do grupo radical Ansar Eddín, Iyad Ag Ghali, que recusou o acordo de paz entre malineses e pediu a seus seguidores que "continuem a jihad contra as forças estrangeiras", concretamente as francesas.
Fonte: Terra
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